Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Comissão do Senado quer criminalização de jogos de azar

Proposta busca enquadrar com pena de um ano a dois anos de prisão quem explorar a atividade sem autorização; apostadores não sofrerão punição

Por Da Redação
30 mar 2012, 14h35

A comissão do Senado que discute mudanças no Código Penal aprovou nesta sexta-feira uma proposta para criminalizar a exploração dos jogos de azar. O anteprojeto de lei vai enquadrar como crime, com pena de um ano a dois anos de prisão, quem explorar a atividade sem a autorização do estado. Os apostadores não serão submetidos a sanção penal.

Pela atual legislação, o jogo de azar, como o jogo do bicho, é considerado uma contravenção penal, um crime de menor potencial ofensivo. Tanto o explorador quanto o jogador podem ser enquadrados pela Justiça como contraventores, com penas que chegam a um ano de prisão.

A comissão sugeriu acabar com todos os crimes considerados contravenções penais, previstas na legislação desde 1941. O colegiado apresentará em maio um texto final ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Caberá a ele decidir se acatará ou não as sugestões da comissão, podendo transformá-las em um único projeto de lei.

Passo atrás – No início dos debates, o jurista Luiz Flávio Gomes havia proposto acabar com a criminalização de qualquer atividade ligada ao jogo. “Estamos sucumbindo a uma manifestação midiática”, afirmou Gomes. Ele sugeriu que, se o jogo está atrelado ao crime organizado, deve-se punir apenas o crime organizado e não quem explora a atividade ou joga.

“Criminalizar o jogo é o maior retrocesso que vamos cometer nos últimos tempos”, criticou. “Ou regula ou paga imposto ou pega o crime pela lavagem de dinheiro”, afirmou.

Continua após a publicidade

O ministro do Superior Tribunal Justiça (STJ) Gilson Dipp discordou do jurista. Segundo ele, não se pode desconhecer a realidade segundo a qual o jogo do bicho e as máquinas caça-níqueis estão atraindo até máfias internacionais ao país. A atividade, ressaltou, está também associada a outros crimes, como homicídios. “É o caminho para práticas altamente gravosas”, disse.

Diante de manifestações contrárias, Gomes recuou e sugeriu uma saída. O jurista propôs criminalizar apenas quem explora a atividade, com pena de um ano a dois anos de prisão e o explorador poderia também ser enquadrado como participante de uma organização criminosa. Essa sugestão faria com que, se o jogo de azar estiver vinculado à lavagem de dinheiro, o explorador também poderia responder processo por esse crime, cuja pena chega a 10 anos de prisão.

A proposta alternativa de Gomes foi acatada. Para o relator da comissão, o procurador regional da República Luiz Carlos Gonçalves, o novo texto vai melhorar o combate aos jogos ilegais. “No Brasil agora ou é crime, ou não é nada”, afirmou.

(com Agência Estado)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.