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Começam os debates da Cúpula dos Povos

Chanceler brasileiro garante que sociedade civil terá voz na conferência da ONU. Evento aberto nesta sexta-feira receberá cerca de 20 mil pessoas

Por Rafael Lemos, do Rio de Janeiro
15 jun 2012, 17h13

Enquanto as autoridades internacionais têm dificuldades para avançar nas negociações da Rio+20, a sociedade civil se esforça para fazer parte do debate através de eventos paralelos. O maior deles é a Cúpula dos Povos, que reunirá cerca de 20 mil participantes brasileiros e estrangeiros, até o dia 23 de junho, para discutir temas de justiça social e ambiental, em tendas montadas no Aterro do Flamengo. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, visitou o espaço nesta sexta-feira e garantiu que a sociedade civil terá voz na conferência da ONU.

“No Global Compact, teremos quatro dias de conversas. Também teremos o ‘Diálogos Sustentáveis’, que teve a participação de 50 mil pessoas através de uma plataforma online, reunindo mais de 1 milhão de recomendações sobre temas como oceanos, água doce, crise econômica… Faremos de tudo para dar voz a todos”, afirmou Patriota.

O ministro Antonio Patriota conhece as instalações da Cúpula dos Povos
O ministro Antonio Patriota conhece as instalações da Cúpula dos Povos (VEJA)

A abertura oficial da Cúpula dos Povos aconteceu nesta sexta-feira. A ideia é que, nos próximos dias, os participantes produzam um documento para ser encaminhado à conferência oficial, baseado em três tópicos gerais: denúncia das causas estruturais das crises, das falsas soluções e das novas formas de reprodução do capital; soluções e novos paradigmas dos povos; e estimular organizações e movimentos sociais a articularem processos de luta anticapitalista pós-Rio+20.

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Durante o passeio pelas tendas, Patriota ouviu um apelo dos indígenas para ajudá-los a serem ouvidos pela ONU.

“Queremos que a nossa palavra esteja no documento final (da Rio+20) para que tenhamos nossas reivindicações atendidas. Quando tivermos a demarcação de terras, começaremos a falar de meio ambiente. Discutir meio ambiente pensando só na economia não serve de nada para nós”, afirmou um dos líderes indígenas.

Na manhã desta sexta-feira, o cacique Raoni discursou para um grupo de índios em uma das tendas, no Aterro do Flamengo. Ele pregou a união de todos os povos indígenas na luta pelos seus direitos e defendeu a demarcação de terras.

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“Vocês têm que proteger seu povo, sua terra. Enquanto eu estiver vivo, vou lutar”, afirmou o lendário cacique, que prometeu pedir ajuda aos outros países.

O pedido de ajuda será, na verdade, um documento que será produzido entre hoje e amanhã, apresentando o posicionamento de índios do mundo inteiro sobre temas ambientais. O texto será entregue por um indígena – provavelmente, do Brasil – ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, no próximo dia 20.

“Ninguém nunca perguntou nossa opinião sobre a economia verde, por exemplo. Mas nós vamos dizer. Somos a favor da exploração dos recursos que existem, mas para combater a extrema pobreza, trazer saúde e educação. Não se pode extrair petróleo e contaminar rios e animais, deixando um rastro de morte e destruição”, disse Edwin Vásquez, titular da Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica).

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