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Com Odair Cunha, governo toma as rédeas da CPI

Com a escolha, comando da investigação fica com ala menos incendiária do PT e mais próxima à presidente Dilma Rousseff

Por Gabriel Castro
24 abr 2012, 17h36

A escolha de Odair Cunha (MG) para ser relator da CPI do Cachoeira surpreendeu os deputados petistas. A bancada acreditava que o nome de Paulo Teixeira (SP) já estava selado. A mudança repentina, acertada na manhã desta terça-feira, causou constrangimento na legenda. “O Paulo Teixeira dormiu de ontem para hoje com a certeza de que seria indicado”, disse um dos nomes mais influentes da bancada petista. A confiança tinha motivo: Teixeira chegou a ser convidado por Jilmar Tatto (SP), líder do PT na Câmara, a assumir o posto.

A bancada petista se dividia em dois grupos: um queria Paulo Teixeira na relatoria, o que significaria uma atuação mais incisiva contra a oposição e a imprensa. Outra parte preferia o nome de Cândido Vaccarezza (SP), tido como mais moderado. Na semana passada, Cândido Vaccarezza (SP) sabia que estava fora do páreo porque impôs condições demais para assumir o cargo. A escolha natural seria, então, a de Paulo Teixeira. Mas, por influência do líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a discussão tomou outro rumo. Ele pressionou pela escolha de Odair Cunha. Jilmar Tatto não ofereceu grande resistência.

Nesta terça, quando a indicação foi informada à bancada petista em uma reunião feita a portas fechadas, o clima era de constrangimento. Alguns parlamentares criticaram o fato de a escolha ter sido feita sem que os deputados fossem consultados. O debate se acirrou. O acerto em torno do nome de Odair havia sido feito horas antes, em um café da manhã na casa do presidente Marco Maia (PT-RS).

Os petistas críticos à escolha de Odair dizem que a decisão atende a um capricho do líder do governo. Afirmam que o relator, por ser relativamente novo e ter sido escolhido contra a vontade da bancada, não terá independência para atuar e apenas seguirá as ordens de Tatto e Chinaglia – e, consequentemente, do Planalto. Não que os parlamentares petistas pretendessem colocar o governo em maus lençóis. Mas, em debates como esse, a vaidade tem um peso importante. Os deputados petistas se sentiram preteridos com a escolha.

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Planalto – Embora os petistas afirmem que a decisão não foi articulada pelo Planalto, o fato é que o relator da CPI é ligado à ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Mais do que isso: o empenho de Arlindo Chinaglia, que se comprometeu a emplacar o nome do parlamentar mineiro, é revelador. Chinaglia também é alvo de críticas de sua bancada justamente por se limitar a retransmitir ordens do Planalto, de forma acrítica.

O governo demorou a perceber o potencial explosivo da CPI, que deve apurar denúncias envolvendo a construtora Delta – a maior beneficiada pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Quando o Planalto acordou, a criação da CPI era inevitável. Mas, com Odair Cunha na relatoria, o governo ao menos manterá as rédeas da investigação.

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