Com Bolsonaro e Tarcísio, Ricardo Nunes faz ataques a Boulos durante convenção do MDB
Prefeito foi oficializado como candidato à reeleição pelo partido em ato que reuniu nomes como Michele Bolsonaro e Valdemar da Costa Neto
Com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, foi oficializado neste sábado pelo MDB como candidato à reeleição. A convenção, com cara de comício, reuniu outros nomes da política nacional e serviu como palanque para ataques contra o candidato do PSOL, Guilherme Boulos. O ato foi realizado no estacionamento da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e reuniu, nas contas da organização, cerca de 20 mil pessoas.
Entre os que acompanhavam Nunes no palco, estavam a sua mulher, Regina; a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro; o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi; o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto; o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab; o ex-presidente da República Michel Temer; e Tomás Covas, filho do ex-prefeito Bruno Covas. O prefeito, que vem reforçando a artilharia na direção de Boulos, seguiu a linha de Bolsonaro para tratar do adversário do PSOL. Boulos, que tem o apoio do PT e do presidente Lula, foi chamado de “invasor”, “depredador” e defensor da “ditadura da Venezuela”.
“O que nos une, acima de qualquer diferença, é a ameaça de ver figura como Guilherme Boulos ser prefeito de São Paulo, o mesmo Boulos que estava invadindo o Ministério da Fazenda, depredando a Fiesp, que estava boicotando a Copa do Mundo, boicotando nossa seleção e o próprio país. A gente não quer isso. Queremos trabalho, habitação, educação. A gente quer paz e desenvolvimento”, disse Nunes, que ressaltou ter formado uma “frente ampla”, com 12 partidos.
Ele, Boulos e José Luiz Datena (PSDB) aparecem tecnicamente empatados em primeiro, segundo a última pesquisa Genial/Quaest. Nesta pré-campanha, Boulos chegou a entrar com uma ação de danos morais contra o prefeito por causa de outros ataques.
O emedebista terá como vice Ricardo de Mello Araújo, ex-comandante da Rota e ex-presidente da Ceagesp, indicado pelo partido de Bolsonaro. O ex-presidente também mirou em Boulos usando seus argumentos típicos contra a esquerda. “Não podemos pensar aqui alguém que nunca trabalhou na vida, alguém que invadiu a propriedade alheia e que se alia ao PT para liberar maconha, liberar o aborto, perverter nossas crianças com ideologia de gênero. Nosso maior patrimônio é nossa família e filhos”, declarou Bolsonaro.
Como ele e Valdemar da Costa Neto não podem ter contato, por decisão judicial, o presidente do PL falou de forma rápida e saiu do palco. Tarcísio de Freitas fez elogios a Nunes dizendo que “fazia tempo que não conhecia um gestor tão humilde”. “Nós temos uma frente ampla com 12 partidos juntos nesse projeto. Estou muito feliz de estar com uma dupla especial: o maior presidente da história do país, Jair Bolsonaro, e a maior primeira-dama da história do Brasil, Michelle”, afirmou Tarcísio.
Enquanto a direita dispara contra Boulos, na pré-campanha de Nunes também é motivo de preocupação a chegada à corrida de Pablo Marçal (PRTB), que ameaça dividir votos bolsonaristas com o prefeito. Nunes acabou cedendo a vaga de vice para um integrante do PL com a intenção de evitar perdas entre essa parcela do eleitorado. Além do MDB e do PL, estão na aliança do prefeito PSD, Republicanos, Progressistas, União Brasil, Podemos, Solidariedade, PRD, Agir, Mobiliza e Avante.