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Coaf aponta R$ 2,5 milhões em ‘movimentações atípicas’ de David Miranda

Deputado é marido do jornalista Glenn Greenwald. Relatório foi encaminhado ao MP dois dias depois de publicações de mensagens pelo 'The Intercept Brasil'

Por Redação
Atualizado em 11 set 2019, 17h22 - Publicado em 11 set 2019, 16h44

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectou movimentações atípicas de 2,5 milhões de reais em uma conta do deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) entre 2 de abril de 2018 e 28 de março de 2019. As informações do Coaf foram enviadas ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Miranda e de outras quatro pessoas, incluindo dois assessores de seu gabinete na Câmara. A Justiça fluminense, contudo, negou as medidas na semana passada.

David Miranda é casado com o jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept Brasil. Segundo o jornal O Globo, o relatório do Coaf chegou ao MP fluminense dois dias depois de o The Intercept passar a divulgar mensagens de Telegram de autoridades como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba. Conforme O Globo, os dados de Miranda foram obtidos em uma investigação sobre supostas irregularidades em gráficas na cidade de Mangaratiba (RJ).

De acordo com informações de inteligência financeira remetidas pelo Banco do Brasil ao Coaf, a conta de David Miranda movimentou 2.598.441 reais no período de pouco menos de um ano, dos quais 1,3 milhão de reais em créditos, isto é, dinheiro recebido, inclusive por meio de depósitos em espécie em valores inferiores a 10.000 reais, com origem não identificada. Os débitos na conta do parlamentaram somaram 1,2 milhão de reais.

Com base no relatório, o MP do Rio pediu as quebras dos sigilos de Miranda, Reginaldo Oliveira da Silva e Silvia Mundstock, ambos secretários parlamentares do gabinete do deputado, além de Camila Souza Menezes e Nagela Rithyele Pereira Dantas. A solicitação da promotoria, em uma investigação que corre sob sigilo, abarcava o período entre 1º de janeiro de 2017 e 1º de fevereiro de 2019.

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Na manifestação à Justiça do Rio de Janeiro, o MP ainda informava que na eleição municipal de 2016, quando foi eleito vereador no Rio, David Miranda informou um patrimônio de 74.825 reais, que passou a 353.404,08 reais na eleição de 2018, quando ele ficou na suplência de deputado federal. O parlamentar assumiu o mandato na Câmara depois que o ex-deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) renunciou.

Em decisão assinada na quinta-feira 5, contudo, o juiz Marcelo Martins Evaristo da Silva, da 16ª Vara de Fazenda Pública do Rio, negou as quebras de sigilo e determinou que os investigados sejam ouvidos previamente, o que “não implicará, prima facie, qualquer prejuízo à investigação”. “A ‘cautela’ e a ‘prudência’ recomendam a instauração de um contraditório preliminar”, assinalou Martins.

Leia aqui a decisão na íntegra.

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Outro lado

Por meio de nota, o deputado David Miranda afirma que o relatório “mostra uma quantia totalmente compatível” com a renda de sua família e vê “retaliação” à publicação das reportagens pelo The Intercept Brasil. “Para além da renda de parlamentar, possuo sociedade com meu marido em uma empresa com projetos importantes. O salário anual do Glenn — como co-fundador e jornalista investigativo do portal The Intercept e da Intercept Brasil — é informação pública, porque essas empresas são ONGs”, diz o deputado, que cita ainda ter participado como “parceiro” em livros, filmes e palestras do jornalista. David Miranda afirma que aguarda ser notificado pela Justiça para explicar seus rendimentos.

Sobre a investigação a respeito de supostas ilegalidades em gráficas de Mangaratiba, o parlamentar diz que “não faço ideia do que se trata, nunca rodei material em Mangaratiba. Sempre fiz meus materiais de divulgação na cidade do Rio e, poucas vezes, em Niterói”.

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