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Cláudio Castro nomeia irmão de deputado do PSDB no governo do Rio

No primeiro escalão do governador em exercício já há quatro parlamentares e a irmã de um deputado federal; amigo de Bolsonaro também foi beneficiado

Por Cássio Bruno Atualizado em 22 jan 2021, 14h56 - Publicado em 22 jan 2021, 14h47

O governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), publicou nesta sexta-feira, 22, no Diário Oficial, a nomeação de Lenine Rodrigues Lemos, o Professor Lenine Lemos, irmão do deputado estadual Max Lemos (PSDB). Lenine será assessor da Coordenação de Manutenção, da Superintendência de Restauro, subordinada à Casa Civil. Aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Castro comanda o Palácio Guanabara após o afastamento de Wilson Witzel (PSC) por suspeitas de corrupção. Desde então, Castro tem negociado cargos com parlamentares da Assembleia Legislativa (Alerj) em troca de apoio político e em votações da Casa.

Professor Lenine foi candidato a prefeito de Queimados, na Baixada Fluminense, pelo PSDB. Ele, no entanto, ficou apenas em terceiro lugar, com 15.668 votos. Max Lemos, ex-prefeito da mesma cidade, por sua vez, em 2020, concorreu a prefeito de Nova Iguaçu, município vizinho. Também perdeu. Conquistou 48.740 votos e chegou na segunda posição. O deputado é ex-aliado e homem de confiança do ex-presidente da Alerj Jorge Picciani (MDB), preso na Operação Lava Jato.

Lenine está nomeado com o código DAS-7, cujo salário chega a até quase quatro mil reais. Porém, o vencimento dele pode aumentar com a Gratificação de Encargos Especiais (GEE), uma espécie de bônus. Em nota, o irmão de Max Lemos afirma que “recebeu o convite do governador Cláudio Castro devido à sua trajetória profissional e experiência”. Diz que foi “duas vezes secretário de Educação de Queimados, presidiu a União dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME/RJ) e é professor universitário”. Reforça que “terá como principal missão participar da implantação e coordenação do programa de visitação aos Palácios, que será implantando em breve, tendo como prioridade os alunos da rede pública”.

Max Lemos, também em nota, ressalta que “o convite foi feito sem qualquer intervenção, tendo em vista o currículo profissional” do irmão, “um bom gestor público, ficha limpa, com formação técnica e com boa articulação entre os gestores municipais de educação”. O deputado diz ter certeza de que “ele prestará um ótimo serviço ao governo do estado na missão para qual foi escolhido”.

Além de Professor Lenine, a irmã do deputado federal Aureo Ribeiro (Solidariedade), Danielle Ribeiro Barros, já havia sido nomeada no primeiro escalão do governo. Ela é a atual secretaria estadual de Cultura e Economia Criativa. Outros quatro deputados viraram secretários: Gustavo Tutuca (MDB), na pasta de Turismo; Dr. Serginho (Republicanos), na de Ciência, Tecnologia e Inovação; Bruno Dauaire (PSC), na de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos; e Thiago Pampolha (PDT), na de Ambiente e Sustentabilidade. O governador em exercício também agraciou ex-deputados para outras secretarias, como, por exemplo, André Lazaroni (Governo) e Comte Bittencourt (Educação).

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Como antecipou a coluna Radar, Waldir Luiz Ferraz, assessor de Jair Bolsonaro desde os anos 1980, ganhou um cargo no governo do Rio. Conhecido como Jacaré, o amigo de Bolsonaro foi nomeado para a função de assessor especial “símbolo DG”, cuja remuneração gira em torno de 12 a 14 mil reais.

Procurado por VEJA, Cláudio Castro respondeu o seguinte: “O servidor Lenine Rodrigues Lemos é professor universitário com vasta experiência na administração pública, tendo sido por duas vezes Secretário Municipal de Educação de Queimados e presidente da Undime. A indicação se destina a atender a retomada do projeto de visitação dos alunos da rede estadual ao Palácio Guanabara, que contará com atuação do servidor”.

Castro é investigado por suspeitas de recebimento de propina quando ainda era vereador. Castro foi alvo de busca e apreensão em casa por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na Operação Catarata, que apura desvios em contratos de assistência social no governo e na prefeitura do Rio. O governador em exercício sempre negou irregularidades.

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