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Cerveró: Petrobras fez negócio com empresa ligada a filho de FHC

Em delação premiada, ex-diretor da estatal afirmou que a orientação para a contratação da empresa partiu do então presidente da petroleira Philippe Reichstul

Por Da Redação 2 jun 2016, 21h46

Em acordo de delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró relatou à força-tarefa da Lava Jato que tinha conhecimento da existência de esquemas irregulares na Petrobras durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Dentre eles, estava a contratação pela Petrobras de uma empresa ligada ao filho do tucano, Paulo Henrique Cardoso.

O ex-diretor contou que o caso ocorreu entre 1999 e 2000, quando Cerveró era subordinado do ex-senador Delcídio do Amaral na diretoria de Gás e Energia da Estatal. O delator relatou que, na ocasião, o lobista Fernando Soares, o Baiano, o procurou para tratar de negócios envolvendo a construção de termoelétricas. Na época, o país enfrentava uma das piores crises energéticas, com risco de sofrer um apagão. E o governo federal havia criado um prograna de incentivo à geração de energia por termoelétricas para suprir o abastecimento. Baiano representava a empresa espanhola Union Fenosa, que queria se associar à Petrobras na termoelétrica Termorio.

“Fernando Antônio Falcão Soares (o Fernando Baiano) e os dirigentes da Union Fenosa acreditavam que o negócio estava acertado, faltando apenas a assinatura para a finalização. Que, no entanto, o negócio já estava fechado com uma empresa vinculada ao filho do presidente da República Fernando Henrique Cardoso, de nome Paulo Henrique Cardoso”, diz Cerveró, na delação. A empresa em questão seria a PRS Participações e ela teria sido contratada por “orientação” do então presidente da Petrobras, Philippe Reichstul. Segundo Cerveró, Delcídio do Amaral ficou “contrariado” com o negócio, mas, no fim, acabou votando a favor do empreendimento.

“Que o negócio havia sido fechado pelo próprio declarante [Cerveró], por orientação do então presidente da Petrobras Philippe Reichstul. Que Delcídio do Amaral ficou contrariado com o fato de o fechamento do negócio ter sido determinado pela presidência da Petrobras sem o conhecimento da presidência da diretoria de Gás e Energia”, relata Cerveró aos investigadores.

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A Termorio é considerada uma das maiores termoelétricas do Brasil e foi construída pela multinacional francesa Alstom. Sem apontar a relação de FHC ou do seu filho, Cerveró afirmou, ainda em delação, que recebeu cerca de 300.000 dólares de propina da NRG, empresa responsável pela Termorio. O valor teria sido depositado em sua conta na Suíça, em 2000 ou 2001. Ele também disse, sem apontar valores, que Delcídio “certamente” recebeu propina do esquema.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso rebateu as declarações de Nestor Cerveró através de sua conta no Facebook na manhã desta sexta-feira. FHC afirmou que as notícias vinculas a delação de Cerveró sobre o governo FHC “não têm qualquer fundamento”. O texto afirma que o filho de FHC, Paulo Henrique Cardoso nunca foi ligado à empresa PRS. “De igual modo, Fernando Henrique Cardoso jamais interferiu ou orientou aquisições pela Petrobras durante os dois mandatos que exerceu como Presidente da República. Esclarecimentos mais detalhados podem ser prestados pelos técnicos que dirigiram a empresa no período mencionado”, finaliza.

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