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Centrão planeja comandar três ministérios no governo Bolsonaro

Na mira do grupo estão pastas importantes como Saúde, Agricultura e Cidadania

Por Daniel Pereira Atualizado em 25 mar 2021, 19h07 - Publicado em 6 fev 2021, 10h54

Fortalecido com a posse de Arthur Lira (Progressistas-AL) na presidência da Câmara dos Deputados, o Centrão quer conquistar mais cargos de primeiro escalão no governo de Jair Bolsonaro, de quem se tornou fiador no Congresso. Ciente de que sem o seu apoio o presidente da República terá dificuldades para aprovar projetos considerados prioritários, como a reforma administrativa e a privatização da Eletrobras, o grupo quer assumir três ministérios de ponta. O principal alvo é o Ministério da Saúde, que teve orçamento de mais de 150 bilhões de reais no ano passado.

A ideia é emplacar no cargo, hoje ocupado pelo general Eduardo Pazuello, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), que comandou a pasta na gestão de Michel Temer. Em segundo lugar na lista de prioridades está o Ministério da Agricultura, chefiado pela deputada licenciada Tereza Cristina. O plano do Centrão é que Tereza – que foi fundamental para garimpar votos a favor de Lira no DEM – assuma o Ministério do Meio Ambiente no lugar de Ricardo Salles, abrindo espaço para uma nova nomeação na Agricultura. Não faltam interessados nessa jogada, do PTB de Roberto Jefferson ao MDB, que se diz independente, mas ocupa cargos no governo.

O Centrão também está certo de que receberá o Ministério da Cidadania caso Bolsonaro transfira o atual chefe da pasta, Onyx Lorenzoni, para a Secretaria-Geral da Presidência. O grupo quer que o substituto de Lorenzoni seja indicado pelo Republicanos, partido ao qual são filiados Flávio Bolsonaro e Carlos Bolsonaro, os filhos Zero Um e Zero Dois do presidente. O Ministério da Cidadania é responsável por programas sociais do governo e foi peça-chave no pagamento do auxílio-emergencial, que beneficiou 68 milhões de pessoas, a um custo de cerca de 320 bilhões de reais.

Uma articulação suprapartidária, que une da esquerda à direita, defende a renovação do benefício, que foi encerrado em dezembro passado. Até o ministro da Economia, Paulo Guedes, admite que a renovação ocorrerá. Resta saber qual o valor e o  número de atendidos com a nova rodada do chamado “coronavaucher”. Com o Ministério da Cidadania, o Centrão, que tem melhor desempenho eleitoral justamente nos grotões, quer aparecer na foto como um dos principais responsáveis pela ajuda financeira aos mais necessitados.

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Depois de prometer durante a campanha eleitoral combater o fisiologismo e descartar negociações com partidos políticos, Bolsonaro deu uma guinada e aderiu ao Centrão, grupo que acusava de ser a personificação do toma lá dá cá. A parceria está rendendo frutos para ambas as partes. Pela primeira vez em seu mandato, o presidente conta com aliados no comando das duas Casas do Congresso, o que, como mostra uma reportagem da nova edição de VEJA, lhe dá uma oportunidade de ouro para tentar aprovar a agenda liberal, as reformas estruturantes e os  projetos de modernização do Estado.

Essa pauta ambiciosa do governo é que move o sonho do Centrão de ampliar seus espaços na Esplanada do Ministério. Até aqui, o presidente resistiu à pressão para demitir Eduardo Pazuello e Ricardo Salles, porque os dois são leais e fazem exatamente o que o ex-capitão manda. Se realmente optar por reformar sua equipe, Bolsonaro terá de escolher entre velhos e novos soldados.

  • Leia também: Pandemia encurrala governo Bolsonaro, que mostra tímidos sinais de melhora
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