Celso Amorim usa tom de despedida em discurso na OIT
Chanceler admitiu, inclusive, que já está 'desfazendo o gabinete', diz jornal
Em discurso na Organização Internacional do Trabalho (OIT), o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, deu a entender que não será mantido no cargo no governo da presidente eleita, Dilma Rousseff. De acordo com a edição desta terça do jornal O Estado de S. Paulo, o chanceler usou um tom de despedida durante a convenção em Genebra, na segunda-feira.
Ao ser questionado a respeito de sua permanência no Itamaraty, Amorim respondeu que já está desfazendo o seu gabinete. “Eu não sei. Não posso fazer nenhum comentário a respeito disso. Não estou formando nenhum gabinete, somente o meu, que não estou formando, mas sim desfazendo”, afirmou.
O chanceler aproveitou, inclusive, para fazer de seu discurso um resumo de seus oito anos à frente da pasta. Durante a reunião, Amorim assinou com a OIT um acordo para que o Brasil passe a cooperar mais no setor humanitário. “Quando Lula começou a viajar pela África, as pessoas diziam que ele perdia seu tempo e que deveria ir para Washington, Bruxelas e Paris. Ele foi. Mas foi para a África também”, afirmou o ministro.
A hipótese da saída de Amorim ganhou força no início do mês, quando o chanceler não acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reunião do G20. Para o lugar de Amorim no ministério três nomes despontam com força: José Viegas, que foi o primeiro ministro da Defesa de Lula e atualmente é embaixador do Brasil em Roma, Nelson Jobim, atual ministro da Defesa, e Antonio Patriota, secretário-geral do Itamaraty. Destes, de acordo com informações de integrantes das Relações Exteriores, Viegas é o favorito no momento.