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CCJ da Câmara adia votação e livra Argôlo da cassação

Ligado ao doleiro Alberto Youssef, deputado conseguiu adiar ao máximo processo na Casa, que agora ficou sem tempo para julgá-lo

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 dez 2014, 14h26

O deputado Luiz Argôlo (SD-BA) encerrará o mandato sem sofrer qualquer punição pelo envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, pivô da Operação Lava Jato da Polícia Federal. Depois de mais de um mês engavetado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o recurso contra o pedido de cassação, apresentado pelo parlamentar como uma última cartada, teve a votação novamente adiada nesta terça-feira, graças a um pedido de vista do deputado paraense Wladimir Costa, que pertence ao mesmo partido de Argôlo. Como o Congresso está na última semana antes do recesso, não haverá prazo regimental para julgar o caso em plenário ainda nesta legislatura.

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O adiamento se dá na semana seguinte à cassação de André Vargas (Sem partido-PR), também flagrado em negociatas com Youssef e que chegou a viajar em um jatinho alugado pelo doleiro. O caso de Luiz Argôlo (SD-BA) também apresenta provas contundentes da estreita relação mantida com o caixa do petrolão: ele foi flagrado trocando mais de 1.000 mensagens com o doleiro em um período de seis meses, chegou a ganhar um helicóptero de presente de Youssef, que se referia a ele como “Bebê Johnson”, e ainda foi o centro do revelador depoimento da contadora Meire Poza – ela confirmou que o parlamentar foi beneficiado com dinheiro sujo. Ainda assim, Wladimir Costa alegou que havia acabado de assumir a cadeira na comissão e desconhecia o processo.

Costa, no entanto, é membro do Conselho de Ética e acompanhou a tramitação de todo o processo no colegiado – e, no conselho, foi contra a punição ao seu correligionário. “Acho que faltou aprofundar a análise do caso, principalmente na questão de ouvir as testemunhas”, alegou. Costa repetiu a manobra usada em 2013, quando assumiu um cargo na CCJ justamente durante análise do caso Natal Donadon – e de imediato pediu o adiamento. “É o destino”, ironizou.

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Ao longo de toda a sessão desta terça, o deputado paraense manteve conversas com Vanilton Bezerra, chefe de gabinete de Argôlo acusado de receber 120.000 reais do doleiro Alberto Youssef. Questionado por VEJA sobe as conversas, Bezerra escondeu o crachá e disse “não ter nada a ver” com o processo.

O pedido de vista foi alvo de protesto de membros da CCJ. “O que vai acontecer com o processo? É bom que se registre perante o Brasil que esse pedido de vista é extintivo. Nada acontecerá com o Argôlo”, disse o deputado Sandro Alex (PPS-PR).

O presidente da comissão, Vicente Cândido (PT-SP), no entanto, ponderou que cabe ao atual presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), definir se arquiva ou não o processo. Caso Alves mantenha o recurso em tramitação, o colegiado irá julgá-lo no próximo ano, ainda que Argôlo não tenha sido reeleito – com mais de 60.000 votos, ficou na 1ª suplência. Ao encerrar o mandato sem sofrer cassação, Argôlo se livra de ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que o deixaria inelegível por oito anos. Dessa forma, caso não tenha a prisão decretada, poderá assumir um novo mandato na Câmara.

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