Caso PC Farias: comerciante diz que Suzana Marcolino comprou arma dias antes do crime
Sétima testemunha a ser ouvida pelo júri afirmou que namorada do ex-tesoureiro de Fernando Collor chegou a testar o revólver
Sétima testemunha a ser ouvida pelo Tribunal do Júri, a comerciante Mônica Aparecida Calheiros afirmou nesta terça-feira que Suzana Marcolino, namorada de Paulo César Farias, comprou o revólver utilizado na morte dela e do ex-tesoureiro da campanha de Fernando Collor. A Justiça de Alagoas julga nesta semana quatro ex-seguranças acusados de envolvimento com o crime, ocorrido em 1996.
A comerciante disse que havia ganhado a arma do marido para que usasse na segurança de uma churrascaria da qual ela era proprietária. Como não utilizava o revólver, resolveu vendê-lo para Suzana – que testou a arma no mesmo dia, numa área isolada do restaurante. Ela não soube precisar a data em que ocorreu a transação, mas disse ter ocorrido dias antes do crime. Suzana pagou com um cheque de 350 reais pela arma.
Mais cedo, o empresário Augusto Farias, irmão do ex-tesoureiro que também testemunhou nesta terça, disse que o cheque usado para comprar a arma era do próprio PC. O empresário e Suzana foram encontrados mortos a tiros em junho de 1996, numa casa de praia, em Guaxuma, no litoral norte de Alagoas.
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Crime – As circunstâncias do crime nunca foram totalmente esclarecidas. A polícia chegou a apontar que Suzana matou PC e em seguida se suicidou, mas a tese acabou perdendo força quando novos laudos apontaram inconsistências nas análises iniciais. Em 1999, a polícia finalmente indiciou oito suspeitos pelo crime, entre eles Augusto Farias, apontando como o mandante e quatro policiais militares que trabalhavam como seguranças de PC – José Geraldo da Silva, Adeildo dos Santos, Reinaldo de Lima Filho e Josemar Faustino dos Santos.
Augusto acabaria se livrando da acusação em 2002, quando o processo contra ele foi arquivado, mas a ação contra os ex-seguranças continuou até culminar no júri que iniciou na segunda-feira. Eles são acusados por participação nas mortes ou de omissão, já que eram os únicos presentes no local do crime.
Segundo dia – A empresária Claudia Dantas, apontada como amante de PC Farias, também foi ouvida nesta terça. Ela era suspeita de ter sido pivô do crime, segundo a tese de crime passional defendida pelos advogados do segurança. Dantas negou ter mantido relacionamento estável com o empresário e disse que os dois estavam apenas se conhecendo na época do crime. Ela contou ainda que PC havia dito a ela dois dias antes do crime que pretendia acabar o relacionamento com Suzana.