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Caso Bernardo: MP quer reabrir investigação sobre a morte da mãe

Promotora pede reabertura do caso encerrado como suicídio de Odilaine Uglione, em 2010. Há pouco mais de um ano, o filho foi assassinado com injeção letal – a madrasta e o pai estão presos e respondem pelo crime

Por Felipe Frazão 19 Maio 2015, 09h23

O Ministério Público do Rio Grande do Sul pediu à Justiça nesta segunda-feira a reabertura do inquérito que apurou as circunstâncias da morte, em 2010, de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo Boldrini, assassinado aos 10 anos em abril do ano passado com uma injeção letal de sedativo pela madrasta. O pai dele, o médico Leandro Boldrini, também responde pelo crime. Eles estão presos, assim como outros dois acusados como cúmplices e coautores do homicídio, os irmãos Evandro e Edelvânia Wirganovicz, amigos do casal. No próximo dia 27, eles vão depor pela primeira vez na Justiça em Três Passos (RS).

O pedido de reabertura do inquérito será analisado pelo juiz Marcos Luís Agostini. Caso seja aceito, os autos arquivados na Justiça serão enviados à Delegacia de Polícia de Três Passos, a mesma que investigou a morte há cinco anos, para novas diligências. O principal questionamento é em relação à autoria de uma suposta carta de suicídio que teria sido deixada pela mãe de Bernardo.

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A mãe de Bernardo era enfermeira e estava em processo de separação do médico Leandro Boldrini quando morreu em fevereiro de 2010. A primeira apuração da Polícia Civil de Três Passos (RS) concluiu que ela se suicidou com um tiro dentro do consultório dele, no Hospital de Caridade. A família materna, no entanto, tentava reabrir o caso desde que o menino foi morto. Para eles, Odilaine foi executada por causa de herança – motivo também apontando pelo Ministério Público como uma das razões para o assassinato de Bernardo. A Polícia Civil era contra a reabertura do inquérito.

A avó materna de Bernardo, Jussara Uglione, suspeita que a carta de despedida da filha tenha sido forjada. Ela contratou uma perícia grafotécnica particular que indicou inconsistências no texto em comparação com outros documentos manuscritos de Odilaine. O resultado apontou que havia diferenças entre a grafia da mãe de Bernardo e a que constava na carta. Uma secretária do consultório de Leandro Boldrini é agora acusada pela família de ter escrito o texto.

O Ministério Público requisitou, por exemplo, a realização de perícia grafodocumentoscópica na carta suicida e uma reconstituição passo a passo do crime (a chamada reprodução simulada dos fatos). Os policiais também devem tomar novos depoimentos de testemunhas que estavam no consultório de Boldrini no momento da morte e logo depois do tiros.

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O pedido de desarquivamento foi formulado pela promotora de Justiça Silvia Jappe, que deve deixar a comarca de Três Passos. Segundo nota do Ministério Público, o requerimento “decorreu da necessidade de confrontação, por diligências oficiais, das perícias particulares juntadas aos autos, que foram realizadas de forma unilateral, a pedido da mãe da vítima, e imputam à secretária do consultório a confecção da carta suicida”. Também será apurada a presença de uma terceira pessoa na sala de atendimento em que ocorreu a morte – onde estariam apenas Leandro Boldrini e a ex-mulher, Odilaine.

A promotora ponderou que “essa versão do fato não foi cogitada à época” do inquérito policial. “Assim, com o intuito de se confrontar essa nova versão, amparada em documentos unilaterais confeccionados a pedido de parte interessada, impõe-se a realização de perícias e diligências oficiais, por órgãos que detenham atribuição legal para esse fim”, anotou Silvia Jappe no pedido de reabertura do caso.

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