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‘Candidatura Tasso’ irrita base de apoio a Temer

Articulação apressada de presidente interino do PSDB para substituir Temer em eleição indireta foi mal recebida por aliados de dentro e fora do partido

Por Da Redação
Atualizado em 30 Maio 2017, 09h53 - Publicado em 30 Maio 2017, 09h42

A articulação do PSDB para lançar a candidatura do senador Tasso Jereissati (CE) à Presidência da República, na hipótese de uma eleição indireta, causou mal-estar com o DEM, irritou o PMDB e já é questionada até por tucanos. Aliados avaliam que Tasso, presidente interino da sigla, avançou o sinal ao promover na terça-feira passada, em São Paulo, uma reunião com o governador Geraldo Alckmin, o prefeito João Doria e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para discutir o assunto.

No dia seguinte ao encontro, que ocorreu no apartamento do ex-presidente em São Paulo, Alckmin “lançou” Tasso ao dizer publicamente que o senador e Fernando Henrique Cardoso “são os grandes nomes” em uma eleição indireta no caso de interrupção do mandato do presidente Michel Temer (PMDB). A iniciativa do governador foi mal recebida no Congresso.

Presidente do DEM, o senador Agripino Maia (RN) telefonou ontem para Tasso e pediu para que eles fizessem um esforço conjunto para um entendimento entre os dois partidos. Ouviu como resposta do presidente do PSDB que ele não seria candidato. Ambos reafirmaram que atuarão juntos na crise e tentarão encontrar um nome de consenso da base aliada para a eventualidade de queda do presidente, seja por renúncia ou cassação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em sua passagem pela capital paulista nesta semana, Michel Temer conversou a portas fechadas com Tasso e FHC. Também presente ao encontro, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco (PMDB), disse que a conversa do presidente com os tucanos foi pautada em “caminhos para o futuro”.

PEC

Em outra frente, deputados do PMDB leais ao Palácio do Planalto ameaçam até adotar a bandeira das “diretas” na bancada se os tucanos não recuarem do movimento de lançar Tasso à Presidência. A proposta de emenda à Constituição (PEC) para que a escolha de um eventual sucessor de Temer ocorra por meio de eleições diretas é defendida pelos partidos de oposição.

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Governistas avaliam que os tucanos articulam abertamente o pós-Temer, o que enfraquece a posição do presidente diante da opinião pública. “Não deixa de ser uma opção apoiar as diretas, mas prefiro acreditar que o PSDB não está fazendo articulação de nome para a eleição indireta. Eu e a velhinha de Taubaté acreditamos nisso”, disse o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), um dos líderes da tropa-de-choque em defesa de Temer.

O parlamentar também afirmou que outra hipótese é o PMDB lançar um candidato próprio se o PSDB insistir em se movimentar sozinho. Para Marun, que integra a tropa de choque de Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), “ganhou pontos” com a base em caso de eleição indireta por estar sendo leal ao presidente. “Maia tem mantido uma postura de absoluta lealdade. Além de ser muito discreto, tem promovido ações positivas.”

Interno

O nome de Tasso como candidato ao “mandato-tampão”, caso ocorra uma eleição indireta, também está sendo questionado dentro do PSDB. Parte da bancada na Câmara e líderes regionais do partido insistem em defender a candidatura de Fernando Henrique Cardoso. O ex-presidente, porém, rejeita a ideia.

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Outra ala tucana avalia que o partido não tem força para impor um nome ao Colégio Eleitoral, que é formado por deputados e senadores. “O PSDB tem 10% do Colégio Eleitoral. Ou seja: a chance é pequena. O mais aconselhável é liderar as reformas e se preparar para a eleição de 2018”, disse o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB.

Reservadamente, deputados tucanos dizem que Tasso deve ser lançado à Presidência apenas para marcar posição. Eles lembram que na eleição indireta os votos da Câmara, com 513 deputados, serão majoritários no Colégio Eleitoral. A bancada do PSDB na Câmara se reúne com Tasso nesta semana para discutir o assunto. Parte dos deputados ainda insiste que o partido entregue os cargos no governo.

(Com Estadão Conteúdo)

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