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Câmara e Senado escolhem seus presidentes nesta terça

Em votações que não prometem surpresas, Marco Maia (PT) deve ser eleito para comandar a Câmara e Sarney (PMDB) será mantido na presidência do Senado

Por Luciana Marques e Gabriel Castro
1 fev 2011, 06h51

Um impasse entre os líderes da base aliada e da oposição na noite de segunda chegou a ameaçar a aprovação do nome de Sarney

As eleições para o comando da Câmara e do Senado, nesta terça-feira, prometem não deixar espaço para surpresas. Atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) deve ser o escolhido para comandar a Casa pela quarta vez. Com apoio do Planalto e da maioria das bancadas, o peemedebista enfrenta apenas o candidato do PSOL, Randolfe Rodrigues (AP), que lançou candidatura de última hora.

Já na Câmara, a candidatura de Marco Maia (PT-RS) foi viabilizada após uma série bem-sucedida de manobras. O último compromisso do petista na maratona de eventos pré-eleição foi um encontro com a bancada evangélica, na noite de segunda-feira. Ao fim da reunião, com a sala esvaziada, Maia foi cumprimentado por três parlamentares, todos do baixo clero. Os deputados pediam um reajuste na verba de gabinete.

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Sereno, o petista prometeu empenho: “Essas coisas a gente faz aos poucos”. Maia ainda lembrou aos deputados presentes que foi ele quem determinou a prorrogação do prazo para o uso da verba destinada à compra de passagens aéreas. É justamente esse perfil, de contato direto com os demais parlamentares e mão aberta para a concessão de benesses corporativistas, o grande trunfo de Maia para eleger-se presidente da Câmara.

O presidente do Senado, José Sarney, durante visita do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ao Congresso Nacional, em Brasília. 01/09/2010
O presidente do Senado, José Sarney, durante visita do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ao Congresso Nacional, em Brasília. 01/09/2010 (VEJA)
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Já a última reunião no Senado para definir o apoio à Sarney foi menos amistosa. Um impasse entre os líderes da base aliada e da oposição chegou a ameaçar a aprovação do nome do cacique. Houve reunião para definir os nomes indicados às presidências das comissões da Casa, mas os senadores não chegaram a um acordo.

PMDB, DEM e o PSDB defendem que a distribuição dos cargos ocorra com base na proporcionalidade dos partidos, enquanto o PT entende que as indicações devem ocorrer de acordo com o peso dos blocos partidários, e não das legendas isoladamente. O impasse fez com que o líder tucano no Senado, Alvaro Dias (PR) colocasse em xeque o apoio da oposição a Sarney. “Se não houver entendimento, pode haver mudança de posição da oposição”, declarou. Ele ponderou, porém, que não foi discutida a possibilidade da oposição lançar um candidato à presidência horas antes da votação.

O líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL), também fez coro contra a posição petista: “Toda vez que, no Senado, alguém não respeitou o critério da proporcionalidade, levou a instituição a disputas desnecessárias”.

O futuro líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), defendeu a construção de um acordo antes da votação. “Vamos tentar construir um acordo que atenda as demandas dos partidos”, avaliou. A legenda defende que os presidentes sejam distribuídos depois de uma negociação com os peemedebistas. E, dessa forma, cada legenda perderia um dos cargos que pleiteava. Costa negou, no entanto, que exista um racha entre os partidos: “Vamos chegar amanhã com uma chapa única para a Mesa Diretora do Senado”. O líder do DEM, Agripino Maia, lembrou que as negociações de cargos são difíceis de solucionar. “Esses impassem sempre acontecem e sempre são resolvidos de última hora”, disse.

Apesar das ameaças, dificilmente Sarney perderá a votação de terça. Os petistas José Pimentel (CE) e Marta Suplicy (SP) deverão revezar a vice-presidência do Senado: cada um ocupará o cargo durante um ano.

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Câmara – A caminhada de Marco Maia rumo à presidência da Câmara não foi solitária. Depois de assimilar o golpe que representou a derrota de Cândido Vaccarezza (SP), candidato do Planalto, na disputa interna do partido, o governo encampou a candidatura de Maia. O risco de uma articulação dos peemedebistas – insatisfeitos com a divisão de cargos na Esplanada – contra a candidatura do PT motivou a tropa governista a entrar em campo para evitar surpresas. Deu certo.

O deputado Marco Maia (PT)
O deputado Marco Maia (PT) (VEJA)

O principal nome que ameaçava Maia, o de Aldo Rebelo (PC do B-SP), saiu da disputa depois de um acordo mal digerido. Júlio Delgado (PSB-MG) também abriu mão da corrida. Sandro Mabel (PR-GO) permaneceu candidato, mas sem o apoio do próprio partido, que se comprometeu a apoiar o petista.

A ocupação de espaços dentro da Mesa Diretora foi o principal trunfo de Maia. Quando perguntado sobre a caminhada relativamente tranquila que trilhou durante a campanha à presidência, o deputado diz que o segredo está na divisão equânime dos postos da mesa, de acordo com o princípio da proporcionalidade.

Os primeiros partidos procurados por Marco Maia foram justamente os de oposição. Com isso, desde cedo ele minou a possibilidade do surgimento de um novo Severino Cavalcanti – que se favoreceu de uma dissidência da base aliada, mas não seria eleito sem os votos de PSDB e do então PFL, atual DEM. A vice-presidência da Câmara deve ser comandada pela deputada Rose de Freitas (PMDB-SP). PSDB, DEM, PR, PP, PSB, PTB, PDT e PSC também garantiram um posto na Mesa Diretora como recompensa pelo apoio ao petista.

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