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Câmara do Rio livra Crivella do processo de impeachment

Pedido de afastamento por suspeitas de corrupção foi rejeitado por 24 vereadores; investigação do MP do Rio continua

Por Marina Lang Atualizado em 17 set 2020, 18h35 - Publicado em 17 set 2020, 18h25

Em uma votação apertada, a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro votou contra o processo de impeachment do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) nesta quinta-feira, 17, duas semanas após outro pedido de impeachment ser rejeitado na casa. Foram 24 votos pelo arquivamento da denúncia e 20 favoráveis ao seguimento do processo de afastamento do atual mandatário.

A base do novo processo de impeachment é a investigação que gerou mandados de busca e apreensão contra Crivella na semana passada, na esteira da segunda fase da Operação Hades, desencadeada em conjunto pelo Ministério Público do Rio e pela Polícia Civil.

As investigações apontaram para um suposto esquema de propinas em contratos diversos que envolve dezenas de secretarias do município, afirma o MP. Segundo o PSOL, partido que foi autor do pedido, o prefeito “cometeu improbidade administrativa, crime de responsabilidade e desviou verbas públicas”.

Como votou cada vereador da Câmara, que rejeitou o processo de impeachment de Crivella (Reprodução/VEJA)

O pedido foi feito cerca de duas semanas após a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro ter rejeitado o pedido de impeachment com base no episódio que ficou conhecido como Guardiões do Crivella.

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À parte do processo na casa legislativa carioca, o MP do Rio segue investigando o prefeito e uma rede de pessoas do entorno da Prefeitura do Rio. Mesmo sem cargo, o empresário Rafael Alves tinha forte influência na gestão de Marcelo Crivella, com direito a uma sala na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, identificada pelos promotores como “QG da propina” de um esquema de corrupção com consentimento do prefeito. No local, funciona ainda a Empresa Municipal de Turismo (RioTur), que teve como presidente o irmão de Rafael, Marcelo Alves.

Os investigadores chegaram a interceptar uma mensagem em que Alves e ex-senador Eduardo Lopes, apontado como articulador político da Igreja Universal do Reino de Deus e que não mantinha cargo na Prefeitura do Rio, discutem o rateio das propinas com base em um contrato de 210 milhões de reais com o Grupo Assim Saúde.

Mensagens interceptadas pelo Ministério Público no celular do ex-senador Eduardo Lopes (Reprodução/VEJA.com)

“A mensagem em tela tem início com a seguinte e sintomática frase: ‘DEPOIS VAMOS APAGAR’. Percebe-se, portanto, que o assunto tratado em seguida deveria ser mantido na clandestinidade, não deixando qualquer tipo de rastro. E a razão para tal postura é bastante simples, pois, de fato, o remetente da mensagem – EDUARDO LOPES – despe-se de qualquer freio inibitório e fala abertamente sobre a forma de divisão da propina que seria paga pelo Grupo Assim Saúde”, escreveu o promotor do caso.

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No último dia 3, Crivella conseguiu enterrar outro pedido, que se baseava no caso que ficou conhecido como “Guardiões do Crivella”, revelado pela TV Globo. Servidores nomeados pelo gabinete do prefeito e pagos com dinheiro público ficavam na porta de hospitais tentando impedir a realização de reportagens que tratassem da saúde no município. O processo foi arquivado em votação apertada: foram 25 votos contra 23.

Crivella já teve mais um pedido de impeachment rejeitado em votação na casa em junho de 2019. Segundo o relatório da comissão de impeachment na época, houve erros cometidos por servidores na renovação de contratos com empresas que administravam anúncios no mobiliário urbano. Com a suspensão dos acordos, a prefeitura teria que devolver 68 milhões de reais, valor que tinha sido adiantado às empresas.

O prefeito, que também concorre à reeleição municipal, nega qualquer tipo de irregularidades. As defesas dos demais citados não foram localizadas ou não retornaram os contatos da reportagem.

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