Câmara deve proibir venda de bebidas na Copa
Objetivo é acelerar aprovação do texto na Casa. Autorização do comércio de bebidas ainda pode ser reintroduzido no texto por senadores
A Câmara dos Deputados deve alterar novamente o texto da Lei Geral da Copa: agora, os líderes governistas acertaram a retirada do item que permite a venda de bebidas alcoólicas durante o torneio esportivo. Na prática, portanto, valeria o Estatuto do Torcedor, que proíbe o comércio de bebidas em todos os estádios do país.
A alteração não significa que o governo resolveu enfrentar a Fifa e manter a proibição da venda de bebidas, como estabelece o Estatuto do Torcedor. O objetivo é acelerar a tramitação da proposta. O dispositivo que trata do comércio de bebidas pode ser reintroduzido no texto pelos senadores. Ou ainda pelos mesmos deputados, se o texto for alterado no Senado e retornar à Câmara.
A Comissão Especial que avalia o texto aprovou, na semana passada, o comércio de bebidas durante o torneio de 2014 e a Copa das Confederações de 2013. O governo, pressionado pelas exigências da Federação Internacional de Futebol (Fifa), concordou. Mas agora veio o recuo.
“O Congresso não tem nada a ver com a Fifa”, afirmou José Guimarães (PT-CE), vice-líder do governo, após uma reunião com aliados nesta quarta. O petista diz que o Planalto não se opõe à alteração no texto. O líder do PT, Jilmar Tatto (SP), confirma o recuo: “A tendência é a retirada”. Apesar da alteração no texto e da tentativa de acordo, o mais provável é que a Lei Geral da Copa só seja apreciada pelo plenário da Câmara na semana que vem.
Ingresso popular – A proposta em análise prevê a destinação de 300.000 ingressos a preços populares (cerca de 25 dólares) para estudantes, idosos e beneficiários do Bolsa-Família e outros programas de transferência de renda. Os ingressos comuns custarão entre 50 e 900 dólares. A Lei Geral da Copa também estabelece garantias comerciais à Fifa, às patrocinadoras do evento e às emissoras que transmitirão as imagens do torneio.