Cachoeira participa de audiência em tribunal do DF
Não houve tempo para o contraventor ser ouvido. Próxima audiência será em 29 de agosto
O contraventor Carlinhos Cachoeira deixou o Tribunal de Justiça do Distrito Federal nesta quarta-feira sem prestar depoimento. Ele e outros sete réus deveriam ser ouvidos em uma audiência sobre o processo que investiga uma tentativa de fraude em uma licitação do governo do Distrito Federal. Mas, além de quatro testemunhas, houve tempo para ouvir apenas um dos acusados falou: Gleyb Ferreira da Cruz, comparsa de Cachoeira.
O grupo é acusado de tentar fraudar o sistema de bilhetagem eletrônica do transporte público na capital federal. Gleyb levou uma comitiva de empresários sul-coreanos a um diretor do DFTrans, a empresa pública de transporte do Distrito Federal. O objetivo da quadrilha era infiltrar a companhia asiática no governo e, como parte de um acordo prévio, obter 50% dos lucros do contrato de bilhetagem. A organização criminosa foi desfeita pela Polícia Federal antes da licitação.
O primeiro a falar na sessão foi o secretário de Transportes do Distrito Federal, José Walter. Ele negou conhecer Cachoeira. Wilton Martins, ex-funcionário da empresa estatal de transporte público de Brasília, fez o mesmo. Mas admitiu ter recebido a comitiva de empresários sul-coreanos.
Cachoeira chegou por volta de 14h20 ao tribunal. Ele estava algemado e foi escoltado todo o tempo por policiais federais. A juíza do caso determinou que a imprensa não teria acesso à sala de depoimento. O contraventor que não tem mais o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos como seu advogado, foi representado por Rafael Tucherman, cujo escritório já representava o bicheiro na Justiça de Goiás.
O bicheiro foi preso em 29 de fevereiro, durante a Operação Monte Carlo, da PF, que desmontou a máfia que explorava os caça-níqueis em Goiás. O processo que envolve a bilhetagem eletrônica do DF é resultado de outra operação, a Saint Michel, deflagrada em abril pela Polícia Civil de Brasília.
Durante a audiência desta quarta, a defesa de Gleyb Ferreira da Cruz pediu que a Jutiça pusesse o comparsa de Cachoeira em liberdade. O Ministério Público do Distrito Federal pediu vista para analisar a solicitação. A próxima audiência com depoimentos dos réus foi marcada para 29 de agosto.