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Cabral enviou 100 milhões de dólares ao exterior, dizem delatores

Dinheiro foi depositado em contas bancárias de terceiros em Nova York, Genebra, Bahamas, Luxemburgo, Uruguai e Andorra; PF diz que já repatriou maior parte

Por Leslie Leitão e Rafaela Lara
Atualizado em 26 jan 2017, 15h11 - Publicado em 26 jan 2017, 11h02

As investigações que resultaram na segunda fase da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, batizada de Operação Eficiência, deflagrada nesta quinta-feira, teve início com base nas delações premiadas de dois operadores do mercado financeiro: Renato Hasson Chebar e seu irmão Marcelo Hasson Chebar. Ambos delataram que o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) enviou ao exterior 100 milhões de dólares – cerca de 340 milhões de reais.

Desse total, 78 milhões de dólares foram exclusivamente para Cabral, com o dinheiro sendo usado para financiar todos os gastos do ex-governador e da sua família. O restante teria sido dividido entre os operadores do peemedebista Wilson Carlos (15 milhões) e Carlos Miranda (7 milhões).

Segundo delatores que procuraram espontaneamente o Ministério Público Federal (MPF) após a deflagração da Operação Calicute, que levou Cabral à prisão, o ex-governador enviou os valores ao exterior por meio de contas em nomes de terceiros. O MPF afirma que já conseguiu repatriar cerca de 270 milhões de reais. Para o juiz Marcelo da Costa Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, “as cifras são indubitavelmente astronômicas”.

Em depoimento minucioso ao MPF, o delator Renato Chebar esclareceu como teria iniciado a prática de envio constante de altos valores por Cabral para o exterior. Segundo ele, o ex-governador perguntou se ele poderia receber os valores que possuía em sua conta de nome “Eficiência” e o colaborador concordou – o dinheiro foi então transferido para duas contas em nome de Chebar em Nova York (“Siver Fleet” e “Alpine Grey”).

Segundo ele, valores que variavam de 50.000  a 250.000 reais oriundos de propinas eram levados mensalmente em uma mochila para que fossem realizados os depósitos. Chebar destaca que “de três a quatro vezes por ano, se reunia com Cabral, na casa do peemedebista, para prestar contas dos valores que estavam em seu nome”.

Já Marcelo Hasson Chebar, irmão de Renato, informou aos procuradores que, a partir de 2007, os valores “aumentaram significativamente” e que Carlos Miranda, um dos operadores de Cabral, fazia o controle dos valores por meio de planilhas. O MPF destaca que, além das contas bancárias “Silver Fleet” e “Alpine Grey”, os recursos foram destinados a outros paraísos fiscais em Genebra, Bahamas, Luxemburgo, Uruguai e Andorra.

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