O governo brasileiro conseguiu repatriar 54 milhões de dólares obtidos ilegalmente pelo operador de propinas e delator da Lava Jato Julio Faerman. Lobista, Faerman era oficialmente o agente de vendas da empresa holandesa SBM Offshore, que admitiu ter obtido contratos com a Petrobras a partir do pagamento de propinas. Em depoimentos de delação premiada, Faerman disse que a SBM Offshore pagou 300.000 dólares em propina à campanha da então candidata à Presidência Dilma Rousseff em 2010. Segundo o delator, ele transferiu o dinheiro para uma conta do então gerente de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco, que confirmou os repasses. A transação foi feita em contas na Suíça. Pedro Barusco, que também depôs ao Ministério Público Federal do Rio, falou sobre o episódio, destacando que a solicitação de propina ocorreu quando o tucano José Serra, principal adversário de Dilma nas eleições, subiu nas pesquisas eleitorais de opinião. Os valores desviados por Julio Faerman já estão no Brasil e serão depositados em uma conta na Caixa Econômica. (Laryssa Borges, de Brasília)