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Bolsonaro põe em dúvida fusão da Agricultura com Meio Ambiente

Presidente eleito relatou manifestações do setor agropecuário contra a fusão da pasta com a Agricultura

Por Leonardo Lellis Atualizado em 1 nov 2018, 20h50 - Publicado em 1 nov 2018, 17h12

Em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) confirmou que o Ministério do Meio Ambiente pode ser mantido em seu governo. A fusão da pasta com o Ministério da Agricultura chegou a ser anunciada pelo futuro ministro-chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni — depois, ele disse que a medida não estava decidida.

Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que houve manifestações do próprio setor agropecuário contra a mudança, que teme pressões internacionais. O presidente eleito se disse pronto para voltar atrás, mas disse que pasta do Meio Ambiente não será chefiada por ninguém indicado por pressões de organizações não governamentais.

“Sempre houve uma briga entre o Ministério da Agricultura e Meio Ambiente. Tínhamos que pacificar isso aí. Em alguns países do mundo isso é um só ministério e eu dei a ideia. Depois, com o passar do tempo, os próprios ruralistas acharam que não era o caso para evitar pressões internacionais entre outras coisas e eu falei que estou pronto para voltar atras se for o caso”, disse. Ao final do encontro, entretanto, Bolsonaro manteve o suspense: “Temos dois meses para decidir.”

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Repercussão negativa

O anúncio da ideia de fusão causou protestos na Frente Parlamentar da Agricultura, a chamada bancada ruralista, que vê a proposta com desconfiança. O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antônio Nabhan Garcia, também já se mostrou contrário à ideia.

A fusão também foi criticada pelo atual ministro da Agricultura, o ruralista Blairo Maggi. Segundo ele, a proposta traria prejuízos ao agronegócio brasileiro, muito cobrado pelos países da Europa, que exigem preservação ambiental. Após reunir-se com o senador Ronaldo Caiado (DEM), também ligado ao agronegócio e governador eleito de Goiás, Onyx Lorenzoni disse que “o presidente ainda não bateu o martelo”.

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