A poucos dias de terminar o mandato como presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) deixou o Palácio da Alvorada na tarde deste sábado, 24, para um passeio de moto por um bairro próximo. O mandatário foi escoltado por seguranças e retornou à residência oficial cerca de 15 minutos depois, quando, ainda sobre a moto, parou para cumprimentar um pequeno grupo de apoiadores que, na véspera de Natal, se aglomerava no local.
Sem retirar o capacete, Bolsonaro ouviu palavras de suporte – agradecimentos e promessas de que bolsonaristas “estarão com ele” – e participou de uma oração do Pai Nosso, puxada por um dos apoiadores. Na sequência, o presidente voltou a entrar no Alvorada e não deu declarações.
A postura de Jair Bolsonaro, refratária a discursos e agendas públicas desde que perdeu o segundo turno para o presidente eleito Lula (PT), se insere em um contexto em que apoiadores mais radicais se aglomeraram em frente a quartéis militares à espera de supostas ordens de resistência e que uma malfadada operação judicial para colocar em xeque a legitimidade da disputa eleitoral acabou por cortar qualquer fio de interlocução que o mandatário mantinha com a Justiça Eleitoral.
Pela postura de contestação às urnas eletrônicas, por exemplo, Bolsonaro é alvo de ação de investigação judicial eleitoral, procedimento que, no limite, pode deixá-lo inelegível e, portanto, impedido de tentar voltar ao jogo político em 2026.