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Bolsonaro foi à reunião preparado para o confronto, dizem especialistas

Linguagem corporal do presidente sugere que o encontro com ministros desencadeou emoções negativas

Por Da Redação
22 Maio 2020, 22h04

O presidente Jair Bolsonaro demonstrou emoções negativas e se posicionou a favor do combate durante a reunião ministerial que teve seu conteúdo liberado para divulgação pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello nesta sexta-feira, 22. Os gestos foram analisados por dois especialistas em linguagem corporal a pedido de VEJA.

Um dos gestos bastante repetidos pelo presidente foi o de bater as mãos na mesa com os polegares levantados. Isso, na opinião do especialista Paulo Sergio de Camargo,m indica agressividade e vontade de ir para o combate. “Ali ele indica que quer guerra e que quer dominar aquele ambiente”, diz. No início da reunião, Bolsonaro arranha o rosto e mostra a língua, um sinal de altíssimo estresse. “ O auto-toque é um meio de tentar se acalmar diante de situação complicada”, diz o especialista. 

Bolsonaro toca o rosto em gesto de preocupação (Reprodução/STF)

De acordo com o psicólogo João Oliveira, esses mesmos gestos demonstram raiva e indignação. “São expressões que indicam ataque ou defesa. Bater a mão na mesa é sinal de ponto final em uma decisão”, disse o psicólogo sobre a postura do presidente quando afirmou que iria intervir em órgãos da administração federal e que quem manda no governo é ele. Neste momento, Bolsonaro olhou para a direita, onde estava sentado o então ministro da Justiça Sergio Moro, sinal de que o recado foi dado diretamente a ele – de acordo com o ex-juiz da Lava-Jato, em denúncia que está sendo investigada em inquérito que tramita no STF, o presidente estava se referindo à Polícia Federal.

Bolsonaro vira a palma da mão para baixo: sinal de dominação (Reprodução/STF)

“Bolsonaro foi para a reunião com muita ansiedade e indignação, pronto para dar um basta na atitude de ministros contrários às suas decisões”, diz o psicólogo, que percebeu um semblante de preocupação no presidente. “Seu tom de voz é verdadeiro, indica que acredita mesmo no que fala, diferente dos demais”, completou.

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Moro

Análise da postura de Moro indica que ele já foi para a reunião sabendo que iria enfrentar uma situação difícil, por estar desde o início da reunião com os braços cruzados, e só relaxou a postura na hora de falar. “Ele apresentou a chamada ‘ruga da dificuldade’ na testa, sinal de que não queria estar ali”, disse Camargo.

Moro demonstra contrariedade em reunião (Reprodução/STF)

No início da reunião, Moro e Bolsonaro ficaram de braços cruzados em um comportamento chamado espelhamento o que indica intensa oposição, segundo Camargo.

Em relação aos palavrões ditos por Bolsonaro, Oliveira diz que esse comportamento tem a ver com a educação do presidente. “É um indicativo de quem não tem cabedal linguístico vasto e usa palavrões para afirmar uma posição. O presidente também gesticula bastante enquanto fala, mais um sinal dessa característica.”

No diâmetro oposto, o vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro-chefe da Casa Civil, o general Walter Braga Netto, demonstraram tranquilidade na reunião. “Em um determinado momento, Braga Netto olha o relógio, sinal de que pensou estar perdendo tempo ali”, diz Camargo.

Em outro momento, o general Braga Netto toma a palavra, mas Bolsonaro levanta a mão em um gesto que significa “quem manda aqui sou seu”, segundo Camargo. “Foi praticamente uma reunião de ‘normalistas’, onde Bolsonaro fez a sua catarse e os demais só ouviram”, concluiu. 

 

Bolsonaro e Moro ficam de braços cruzados em reunião (Reprodução/STF)

 

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