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Bolsonaro diz que falas sobre AI-5 são liberdade de expressão

Em entrevista à TV Record, presidente critica Lula por 'praticar a intolerância' e minimiza taxação de Trump: 'É uma estratégia eleitoral dele'

Por Diego Freire Atualizado em 3 dez 2019, 04h34 - Publicado em 3 dez 2019, 01h33

O presidente Jair Bolsonaro classificou como “liberdade de expressão” as declarações recentes de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, que sugeriram um novo AI-5 como solução para uma hipotética radicalização da esquerda. Em entrevista ao Jornal da Record exibida nesta segunda-feira 2, o presidente justificou a menção de ambos a uma medida da ditadura militar pela possibilidade de um contexto “parecido com o terrorismo, como vem acontecendo no Chile”.

“Eu entendo isso [falas de Eduardo e Guedes citando o AI-5] como liberdade de expressão, nada mais além disso. O fato de citar o AI-5, coisa que existia na Constituição passada, eu não vejo nada de mais. O Paulo Guedes e o Eduardo citaram [o AI-5] em um contexto de descambar o Brasil não para movimentos sociais e reivindicatórios, mas para algo parecido com o terrorismo, como vem acontecendo no Chile”, disse o presidente.

Relativizando as declarações, Bolsonaro disse que seus aliados poderiam ter utilizado outras expressões, mas achou que deveria haver retaliações a opositores que apoiam nomes como Che Guevara.

“No meu entender, podiam ter tido outra expressão, não o AI-5, agora não vejo por que tanta pressão em cima dos dois por causa disso daí. No Congresso tivemos uma sessão solene para Che Guevara e para tanta gente que no passado teve uma conduta diferente e antidemocrática e nada aconteceu”, declarou Bolsonaro.

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O presidente disse que “pediram a cabeça de Paulo Guedes” após sua fala, mas afastou qualquer possibilidade: “pediram até a cabeça do Paulo Guedes para mim, quando ele falou em um contexto do Brasil descambar para movimentos que passavam ao largo de ser movimentos sociais e reivindicatórios que são legítimos e parte da população”, afirmou o presidente. “Quem pede a cabeça do Paulo Guedes quer nos desestruturar na questão econômica”, completou.

Também citando o ministro da Economia, Bolsonaro comentou o anúncio de Donald Trump nesta segunda-feira, de que pretende retomar tarifas sobre o aço e o alumínio do Brasil em contrapartida à desvalorização da moeda.

“Paulo Guedes está em contato com o governo americano. Em última análise ligarei para o Trump. Sabemos que há eleição no ano que vem, que isso faz parte na sua estratégia, mas nós somos um grande parceiro. Acreditamos que dá para solucionar essa questão”, avaliou Bolsonaro.

Sobre declaração do ex-aliado Gustavo Bebianno, que o classificou como “uma ameaça à democracia“, Bolsonaro ironizou o fato de seu antigo ministro hoje estar ao lado de João Doria. “Ele é carta fora do baralho. Teve toda a sua chance aqui para ser um ministro leal ao Brasil e não aproveitou essa oportunidade. Eu não quero rememorar o que aconteceu por ocasião de sua demissão, espero que ele esteja feliz ao lado de João Doria no PSDB em São Paulo”, disse.

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O presidente comentou ainda a liberdade do ex-presidente Lula e preferiu não se aprofundar na questão, mas viu como algo que o ajuda as falas do petista sobre o caso Marielle. O ex-presidente declarou que Bolsonaro é “um miliciano” e que seu governo é composto por responsáveis pela morte da vereadora.

“Eu tenho por princípio respeitar a decisão dos demais poderes, não vou entrar nessa bola dividida [de comentar a liberdade de Lula]. Politicamente, tendo em vista o que ele falou, até me ajuda, porque ele tem trazido a intolerância e pregando coisas absurdas. Me acusou frontalmente de estar envolvido na questão da morte da Marielle, entre outras coisas. Não fico feliz com isso e não vejo isso como direito de expressão por parte dele, mas vamos ter que engolir esse sapo e aí. O Brasil segue muito bem, quem disso isso são os números”, comentou o presidente.

Por fim, Bolsonaro exaltou os resultados econômicos de seu governo e disse haver dificuldades para promover grandes mudanças no quadro de desemprego de forma imediata. “O desemprego estava aumentando e acredito que completa um ano com ao menos um milhão ao menos de desempregados. O estrago do último governo foi muito grande, pegamos o Brasil arrebentado ético-moral e economicamente”, finalizou.

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