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Bolsonaro abandona figurino da antipolítica e se firma no Centrão em 2021

Presidente se tornou membro formal do bloco após entrar para o PL do mensaleiro Valdemar Costa Neto; 'Sempre fui do Centrão', disse em agosto

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 dez 2021, 08h00

Se 2020 foi o ano em que o presidente Jair Bolsonaro começou a se despir do figurino da antipolítica que envergara na eleição, em 2021 o capitão rasgou definitivamente a fantasia. Depois de ter entregado, no ano passado, alguns cargos ao Centrão, o grupo político que empresta apoio a qualquer governo em troca de benesses, Bolsonaro termina este ano não só aliado, mas membro formal do bloco após entrar para o PL do mensaleiro Valdemar Costa Neto. “Sempre fui do Centrão”, disse o presidente em agosto. O grupo ganhou a Casa Civil, ocupada desde julho pelo senador Ciro Nogueira (PP-­PI); a Secretaria de Governo, onde desde março despacha a deputada Flávia Arruda (PL-DF); e o Ministério da Cidadania, chefiado a partir de fevereiro pelo deputado João Roma (Republicanos-BA). Na esteira do chefe, também se filiou ao PL o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, enquanto outros, como Fábio Faria (Comunicações), Tereza Cristina (Agricultura) e Onyx Lorenzoni (Trabalho) igualmente devem ingressar em siglas do Centrão.

O poder do grupo também cresceu no Congresso. Com o apoio de Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL) foi eleito presidente da Câmara em fevereiro e firmou-se como uma espécie de primeiro-ministro do Centrão. Além do já expressivo poder de controlar a pauta de votações, ele aumentou a sua influência com o uso das emendas de relator, o “orçamento secreto”, que direcionou 16 bilhões de reais para atender a pedidos de parlamentares, caminho certo para garantir apoios na Casa. Com seu estilo trator, Lira enfileirou pautas de interesse do governo, como a autonomia do Banco Central, a reforma do imposto de renda, a PEC dos Precatórios, o Auxílio Brasil, a flexibilização de leis ambientais e até insanidades do bolsonarismo, como a volta do voto impresso (esta, felizmente, sem sucesso). Ainda achou espaço para aprovar projetos polêmicos de seu interesse, como mudanças no Código Eleitoral e na Lei de Improbidade Administrativa. Lira cresceu tanto que já se vê reeleito para o cargo em 2023, mesmo se o presidente não for Bolsonaro. Depois de um brevíssimo hiato, o ano de 2021 devolveu os profissionais da política à ribalta em Brasília.

Publicado em VEJA de 29 de dezembro de 2021, edição nº 2770


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