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Bolsonaro defende CLT ‘diferente’ para trabalhador rural, com menos folgas

Proposta foi feita pelo candidato do PSL à Presidência durante sabatina ao programa 'Roda Viva', da TV Cultura

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 jul 2018, 14h38 - Publicado em 31 jul 2018, 10h07

O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, discutiu, durante sabatina ao programa Roda Viva, da TV Cultura, os caminhos para combater o desemprego na área rural. Para Bolsonaro, uma versão “diferente” da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que não previsse folgas remuneradas com a mesma frequência da área urbana, seria um caminho para estimular as vagas no agronegócio.

“É difícil ser patrão no Brasil. Eu poderia ter uma microempresa comigo, mas, dadas as condições que existem na lei, você é desestimulado para isso. Acho que, no campo, a CLT tinha que ser diferente. O homem do campo não pode parar no Carnaval, sábado, domingo e feriado. A planta ali vai estragar, ele tem que colher. E fica oneroso demais o homem do campo observar essas folhas nessas datas, como existe na área urbana”, afirmou.

A fala se insere no contexto de declarações recentes do deputado, com uma visão liberal sobre as políticas de trabalho e emprego. Em maio, durante uma palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Bolsonaro disse que flexibilizar a legislação trabalhista pode reduzir os direitos dos empregados, mas teria poder para melhorar a situação do desemprego no país. “Aos poucos, a população vai entendendo que é melhor menos direitos e [mais] emprego do que todos os direitos e desemprego”, disse.

Além de manifestar-se sobre leis que considera excessivamente abrangentes, Bolsonaro argumentou que “o que está reduzindo emprego é a mecanização”, contra a qual não haveria o que fazer. “Essas pessoas têm que ser treinadas para fazer outra coisa”, defendeu, questionando também multas “excessivas” por parte de órgãos de controle ambiental.

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Cotas raciais

Roda Viva desta segunda-feira recebeu perguntas de representantes da sociedade civil ao candidato. Uma delas veio do Frei David, coordenador da ONG Educafro, especializada na inclusão social de pessoas negras através da educação. Frei David ressaltou os bons resultados apresentados por estudantes cotistas no ensino superior e perguntou a Bolsonaro manteria a política de cotas raciais, atualmente em vigor nas universidades federais.

O candidato do PSL indicou não se opôr diretamente à reserva de vagas por critérios sociais, mas afirmou que, se eleito, vai defender a redução da parcela que hoje é destinada exclusivamente a negros. “Não posso falar que eu vou terminar porque eu dependo do Parlamento, mas vou propor a diminuição do percentual”, afirmou.

Em sua alegação, Bolsonaro apresenta a situação hipotética de dois trabalhadores de profissões com baixa remuneração, citou o exemplo de porteiros, um branco e nordestino e outro negro, cada um com uma filha que vai disputar um concurso público. Segundo o deputado, já que ambos vêm de situação humilde, a reserva da vaga para a filha do negro não seria correta. “Isso é justo? Será que o paraibano não é sofrido também?”, perguntou de forma retórica.

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