Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Bolsonaristas decidem não depor à PF no inquérito das fake news

Alvos de inquérito que apura fake news e ameaças contra o STF, apoiadores do presidente dizem não reconhecer a legitimidade do processo

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2020, 14h25 - Publicado em 4 jun 2020, 12h19

A declaração do presidente Jair Bolsonaro de que “ordens absurdas não se cumprem” começou a fazer efeito entre os seus apoiadores mais radicais. Intimados a depor à Polícia Federal nesta semana, alguns alvos do inquérito que investiga uma suposta rede de fake news e de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) disseram que não vão comparecer por não reconhecerem a legitimidade do processo contra eles.

“Eu não vou depor na Polícia Federal, porque eu considero esse inquérito inscontitucional. Eu não vou dar nenhum tipo de legitimidade a essa ação”, disse a VEJA o deputado estadual Douglas Garcia (PSL), de São Paulo. “Esse inquérito está sendo usando como factóide para perseguir aqueles que apoiam o governo Bolsonaro.”

ASSINE VEJA

As consequências da imagem manchada do Brasil no exterior O isolamento do país aos olhos do mundo, o chefe do serviço paralelo de informação de Bolsonaro e mais. Leia nesta edição ()
Clique e Assine

O seu chefe de gabinete, Edson Salomão, líder dos movimentos Direita SP e Brasil Conservador, também foi na mesma linha: “Ante a esse estado de ilegalidade, declaro que não posso deferir a esse procedimento do inquérito a fidalguia solicitada, uma vez que percebo, cada vez mais, a falta de reciprocidade e apreço à lei da instituição que o promove”, escreveu ele no Twitter.

Continua após a publicidade

Os alvos foram intimados a irem à sede da PF entre esta quarta, 3, e quinta-feira, 4. O mesmo ocorreu com a ativista Sara Winter, que foi às redes sociais expor a sua revolta. “Eu me nego a ir nessa b****. Não vou prestar esclarecimentos sobre a minha conduta ordeira e disciplinada de cidadã brasileira”, disse a militante que lidera um acampamento bolsonarista em Brasília.

Ao descumprirem a intimação da PF, os bolsonaristas podem ser acusados de crime de desobediência,
que prevê pena de quinze dias a seis meses, e multa, por “desobediência a ordem legal de funcionário público”. Antes de junho 2018, quem descumpria intimações como essa poderia ser alvo de condução coercitiva, o que foi considerado “inconstitucional” pela maioria do Supremo Tribunal Federal (STF).

Continua após a publicidade

“Após essa decisão do Supremo, o gesto de não comparecer ao depoimento pode ser entendido como uma forma de exercício do direito de ficar em silêncio e não produzir provas contra si mesmo no processo”, diz o criminalista Conrado Gontijo, doutor em Direito Penal pela USP.

Nesta semana, o governo Bolsonaro fez gestos de aproximação com o STF após a escalada de hostilidade entre os dois Poderes. O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, foi falar pessoalmente com o ministro Alexandre de Moraes, que preside o inquérito das fake news, na segunda-feira 1º.

A sinalização de trégua irritou os bolsonaristas mais radicais, que têm pedido uma reação mais enérgica do governo contra o que consideram um “golpe”. Apesar de ter o apoio dos filhos do presidente, essa ala mais ideológica não encontra respaldo entre os militares.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.