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Bendine diz a Moro ser vítima de ‘complô’ e nega propina

Ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras falou ao juiz federal como réu em um processo, sob acusação de receber 3 milhões de reais da Odebrecht

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 jan 2018, 18h23 - Publicado em 16 jan 2018, 16h59

Réu em um processo da Operação Lava Jato, o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine negou nesta terça-feira, em interrogatório ao juiz federal Sergio Moro, que tenha recebido propina da Odebrecht. Preso em Curitiba desde julho de 2017, na 34ª fase da Lava Jato, e acusado dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Bendine afirmou que é vítima de um “complô”.

“Jamais solicitei ou autorizei que alguém solicitasse qualquer tipo de vantagem indevida, jamais pratiquei qualquer ato de ofício. Sou um funcionário de carreira de quarenta anos de trabalho, jamais estive envolvido em qualquer situação ilícita”, disse Aldemir Bendine a Moro. Em novembro de 2017, quando foi inquirido pelo juiz pela primeira vez, o ex-executivo optou por permanecer calado.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Bendine pediu 17 milhões de reais em propina à Odebrecht, valor equivalente a 1% de um contrato de 1,7 bilhão de reais para rolagem de uma dívida da Odebrecht Agroindustrial com o Banco do Brasil, alinhavado durante sua gestão.

Do montante supostamente pedido, o ex-presidente do banco estatal e da Petrobras teria recebido 3 milhões de reais, desembolsados pelo departamento de propinas da empreiteira. Os procuradores da Lava Jato afirmam que o valor foi recebido em três parcelas de 1 milhão de reais pelo publicitário André Gustavo Vieira da Silva e pelo irmão dele, Antônio Carlos Vieira da Silva. Os pagamentos teriam ocorrido em 2015, depois de reuniões entre Bendine, o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht e o ex-presidente da Odebrecht Ambiental Fernando Reis.

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Em depoimento a Moro em novembro, o pernambucano André Gustavo admitiu que usou 1 milhão de reais para quitar uma dívida com um amigo de Recife, pagou 1 milhão de reais em impostos sobre a propina e repassou outros 950.000 reais a Bendine, divididos em duas remessas. A primeira delas, de 600.000 reais em espécie, teria sido feita em um restaurante em São Paulo. A segunda, também em dinheiro vivo, teria ocorrido dentro de um carro no aeroporto de Congonhas, também na capital paulista.

O publicitário também diz ter pagado 20.000 dólares em despesas com hotel e motorista em uma viagem de Bendine e sua família a Nova York em 2015. O ex-presidente das estatais admite o custeio das despesas por André Gustavo Vieira da Silva, mas afirma que o reembolsou.

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André Gustavo ainda relatou que, depois de Marcelo Odebrecht citar a propina em sua delação premiada, Bendine se preocupou em dar aparência legal aos repasses e o orientou a emitir notas fiscais fictícias por serviços de consultoria.

“Isso se trata de um complô, um erro clássico é quando você cria uma determinada teoria e depois vai se buscar os fatos e se entorta os fatos para se adaptar à teoria. Acho que ficou fartamente comprovado, já foram alterados vários depoimentos para tentar adequar à teoria inicial, mas jamais eu fiz esse tipo de solicitação. Sou uma pessoa idônea, isso se trata de um grande engano e eu estou sendo vítima de uma acusação falsa”, declarou Aldemir Bendine no interrogatório de hoje.

A oitiva de Bendine foi a última da fase de instrução do processo, em que são ouvidas testemunhas de acusação, de defesa e os réus. Sergio Moro estipulou prazo de dez dias úteis para que o MPF apresente suas alegações finais na ação penal. Em seguida, abre-se o prazo para que as defesas apresentem suas últimas alegações. Quando todas as partes tiverem se manifestado, o processo poderá ser concluído pelo juiz em sentença, condenando ou absolvendo os réus.

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