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Baiano reitera envolvimento de Palocci e assessor em propina para campanha de Dilma

Delator voltou a afirmar que ex-ministro discutiu repasse de 2 milhões de reais para cofre eleitoral da petista em 2010

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 14 jan 2016, 18h06

Operador de políticos do PMDB no escândalo do petrolão e um dos delatores da Operação Lava Jato, o lobista Fernando Baiano reiterou nesta quinta-feira à Polícia Federal a participação do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci no esquema de arrecadação de propina para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010 e voltou a confirmar que o ex-assessor Charles Capella foi apontado pelo próprio petista como a pessoa a ser procurada para organizar a logística de pagamento de dinheiro sujo para o cofre eleitoral.

Baiano participou de uma acareação com Capella na Polícia Federal em Curitiba e detalhou que o acordo para repassar o dinheiro – ao todo 2 milhões de reais – foi fechado no comitê eleitoral em Brasília depois de uma reunião entre ele, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o ex-ministro Antonio Palocci. Coordenador-geral da campanha, o ex-ministro recomendou que acertassem a logística do repasse do dinheiro com “o Dr. Charles”, seu assessor no comitê, conforme revelou reportagem de VEJA. O pagamento foi feito pelo doleiro Alberto Youssef. Hoje, Youssef, que também participou de uma acareação na Polícia Federal, disse não reconhecer Charles Capella.

“Charles realmente tem a fisionomia muito parecida com a daquela pessoa (…) em que esteve em Brasília na reunião entre Paulo Roberto Costa e Antonio Palocci. Ou seja, o primeiro acareado acredita que é mais provável que se trata da mesma pessoa. (…) Tem certeza que o nome da pessoa citada por Antonio Palocci naquela ocasião era Charles, ao qual Palocci se referiu como um assessor dele”, registrou a Polícia Federal sobre as declarações de Baiano.

Desde que se tornou delator da Operação Lava Jato, Baiano apontou o envolvimento de políticos, como o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e da Petrobras e de suas subsidiárias, como a BR Distribuidora, no esquema bilionário de pagamento de propina e de loteamento político. Parte das revelações do operador do PMDB permanece em sigilo. Em um dos depoimentos ainda confidenciais, ele detalhou o papel de Antonio Palocci no esquema de arrecadação de propina para fins eleitorais e afirmou que “Alberto Youssef disse que fez uma entrega de 2 milhões de reais, em valores em espécie, a pedido de Paulo Roberto Costa, em um hotel em São Paulo, a uma pessoa desconhecida em apartamento indicado por Paulo Roberto”.

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Na versão apresentada nesta quinta-feira aos policiais e já relatada em seus depoimentos de delação, Fernando Baiano apontou Charles Capella como um dos arrecadadores de propina. Na colaboração com a justiça, ele havia declarado que “Antonio Palocci disse que havia uma pessoa que trabalhava com ele, possivelmente um assessor dele, que o estava ajudando nessa parte de arrecadação” e que “o nome dessa pessoa era Charles”.

“Fernando manteve o que já havia dito na delação. A reunião [com o pedido de propina] existiu. Como já havia feito, ele reconheceu o Charles, [embora] Charles negou que tenha estado no local em que o Baiano esteve com ele”, resumiu o advogado Sergio Riera, que atua na defesa de Baiano.

Em outra acareação promovida nesta quinta-feira, José Carlos Bumlai negou, como já havia feito em depoimento à Polícia Federal, que tenha buscado apoio político do PT e de Palocci para que Paulo Roberto Costa permanecesse na diretoria da Petrobras. A versão de Baiano é a de que 2 milhões de reais em propina foram desviados da cota de propina comandada por Costa e repassada à campanha de Dilma em 2010.

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