Atos de Dilma nas eleições custaram 436.000 reais
Presidente participou de eventos para turbinar as campanhas de quatro petistas – entre eles Fernando Haddad – e de uma candidata do PC do B em cinco cidades
Os gastos da presidente Dilma Rousseff ao participar de eventos eleitorais nas últimas eleições municipais totalizaram 436.953,06 de reais, informou nesta segunda-feira a Secretaria-Geral da Presidência da República. Segundo o governo, os pagamentos já foram quitados pelo PT, conforme previsto em instrução normativa publicada em julho no Diário Oficial da União. Dilma, que pretendia ficar “quietinha” e evitar possíveis desgastes entre partidos da base aliada, foi convencida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a subir nos palanques de candidaturas prioritárias, entrar de corpo e alma nas campanhas e enfrentar nomes da oposição.
A presidente participou de eventos para turbinar as campanhas de quatro petistas e de uma candidata do PC do B em cinco cidades – no 1º turno, defendeu pessoalmente as chapas dos ex-ministros Fernando Haddad, candidato do PT em São Paulo e do ex-ministro Patrus Ananias, candidato do partido em Belo Horizonte.
No caso de Patrus, Dilma articulou diretamente nos bastidores a candidatura do petista após o rompimento da aliança que incluía PSB e PSDB. Na capital mineira, a presidente se contrapôs ao senador Aécio Neves (PSDB) com discurso repleto de alfinetadas ao tucano, antecipando um possível embate na eleição presidencial de 2014.
No segundo turno, Dilma voltou a São Paulo e participou também de atos das candidaturas de Nelson Pelegrino (Salvador), Vanessa Grazziotin (Manaus) e Márcio Pochmann (Campinas). Todos foram derrotados, à exceção de Haddad. As despesas de campanha no primeiro turno somaram 110.570,28 reais; as do segundo turno, 326.382,78 reais.
Em 2010, foram ressarcidos à União 2.255,772,57 de reais em virtude da participação de Lula em eventos eleitorais – 92,81% desse valor dizia respeito a transporte aéreo e 7,19%, a transporte terrestre. No caso das despesas de Dilma, a Secretaria-Geral não detalhou os gastos.
Norma – A instrução normativa do governo considera como despesas de transporte o uso de veículos terrestres, aéreos e marítimos, assim como taxas portuárias e aeroportuárias e hospedagem dos condutores. As despesas com transporte oficial deverão ser ressarcidas ao erário, enquanto as demais deverão ser pagas diretamente pelos partidos ou coligação aos prestadores de serviço.
A instrução proíbe que órgãos e entidades vinculadas à Presidência da República utilizem ou cedam meios de transporte oficiais para beneficiar candidatos.
No início de julho, às vésperas de a Justiça Eleitoral proibir a participação de candidatos em inaugurações de obras, a presidente subiu em palanque ao lado do prefeito Luiz Marinho (PT), em São Bernardo do Campo (SP), e de Eduardo Paes (PMDB), no Rio de Janeiro, que conseguiram se reeleger nas eleições municipais deste ano.
(Com Estadão Conteúdo)