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Ataques a Paes e tema da segurança marcam primeiro debate no Rio

Garotinho afirmou ser preciso 'arrancar máscara' de ex-prefeito, hoje no DEM; líder das pesquisas, senador Romário é ofuscado por concorrentes

Por Luisa Bustamante Atualizado em 17 ago 2018, 02h53 - Publicado em 17 ago 2018, 02h26

O debate com os candidatos ao governo do Rio foi marcado por ataques ao ex-prefeito da capital fluminense Eduardo Paes (DEM), que até este ano estava no mesmo MDB do ex-governador Sérgio Cabral, preso por corrupção na Operação Lava Jato. E os candidatos fizeram questão de reforçar a ligação entre os dois.

O principal franco-atirador foi o ex-governador Anthony Garotinho, que, já no início, afirmou que era preciso “arrancar a máscara desse candidato”, em referência ao rival, lembrando da relação também com o emedebista Jorge Picciani, presidente afastado da Assembleia Legislativa do Rio, preso por corrupção. Garotinho, vale lembrar, foi preso três vezes num espaço de dois anos por crimes eleitorais e foi condenado por improbidade administrativa. A transmissão foi ao ar pela Band Rio.

Quem deu a munição para Garotinho foi o deputado federal Indio da Costa, do PSD, ex-aliado de Paes e ex-secretário do atual prefeito, Marcelo Crivella (PRB). “Eu encontrei um rombo na prefeitura, Garotinho. O que sua filha (Clarissa Garotinho, que também foi secretária de Crivella) encontrou?”, provocou.

O ex-governador disparou: “O ex-prefeito gastou o dinheiro público em ciclovia de papel, que desabou, em asfalto Sonrisal. Como é que você encontrou a Secretaria de Obras, já que o ex-secretário Alexandre Pinto foi preso confesso por recebimento de propina?”, disse, ressaltando que denunciou a existência de contas da família de Paes no Panamá.

O ex-prefeito pediu e recebeu direito de resposta. “O Garotinho todos conhecem, já gerou tanto problema para o estado que até a mulher, Rosinha, ele levou para a cadeia. Minha família não tem ninguém na política. Meu pai é advogado. Tudo estava declarado. Sua família está vivendo de política, a minha está na vida privada”, afirmou.

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Garotinho também pediu direito de resposta, que lhe foi concedido. “A Rosinha não foi presa com acusação de roubo. Ela foi injustamente acusada de ter dado cheque cidadão em troca de voto”, disse. E completou: “Sua deselegância com mulher é natural. O senhor costuma conviver com homem que bate em mulher”, lembrou, em referência ao ex-braço direito de Eduardo Paes na Prefeitura do Rio, o deputado Pedro Paulo Carvalho, que foi acusado de bater na ex-mulher.

Ligação com Cabral

O ex-prefeito também recebeu ataques do candidato do PSOL, Tarcísio Motta. “Todo mundo sabe que você faz parte da mesma turma do Cabral. É cria, está tentando se desvencilhar. Você saiu do MDB, mas o MDB não saiu de você. Tem até apelido na lista da Odebrecht. Nervosinho, não é isso?”, disparou. Paes desconversou. “Uma vantagem de ter governado por oito anos a prefeitura é que respondo com meu CPF por tudo que fiz. Não tinha nenhuma interferência de Cabral nem de Pezão. Meu governo será bem diferente”, disse.

Segurança pública

O debate desta noite foi também marcado por propostas na segurança do Rio, que está sob intervenção federal desde fevereiro. O assunto foi abordado por todos os candidatos, que propuseram investir em mais inteligência e em aumentar o efetivo de PMs nas ruas.

Indio da Costa (PSD) e Wilson Witzel (PSC) incorporaram o discurso de Jair Bolsonaro, candidato à presidência pelo PSL, e ressaltaram que fortalecerão as polícias. Witzel, do PSC, foi mais longe, dizendo que autorizará o “abate” de qualquer pessoa que estiver “segurando um fuzil”. O nome da vereadora Marielle Franco, assassinada em março deste ano, quando o Rio já estava sob intervenção, foi mencionado quatro vezes no debate, apenas uma vez por seu colega de partido, Tarcísio Motta. Cinco meses após o crime, investigadores ainda não têm respostas.

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Patrimônio de Romário

O senador Romário Faria (Podemos), uma das promessas desta noite pelo temperamento explosivo e língua afiada, acabou ofuscado – e também perdeu uma boa chance de permanecer em silêncio. Sem ser questionado sobre o assunto, falou sobre as últimas notícias a respeito da investigação de seu patrimônio.

“Essas últimas notícias em relação a mim e a minha família não são verdade. Meu dinheiro dou pra quem eu quiser”, disse. Romário é suspeito de ocultar bens em nome da irmã, Zoraide, como revelou o jornal O Globo. Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, do Ministério da Fazenda, viu indícios de lavagem de dinheiro em suas operações financeiras.

Em outro momento, Romário afirmou que iria corrigir a candidata pelo PT, a filósofa Marcia Tiburi, que vestia uma blusa estampada com o rosto do ex-presidente Lula, preso em Curitiba. Tiburi, única mulher no debate, ressaltou que ali só havia “homens brancos”. Romário, em determinado momento, voltou ao assunto. “Eu sou o negro desse debate”, disse.

Candidato do PDT, Pedro Fernandes, e Indio da Costa, também trocaram farpas sobre números referentes aos gastos  com a máquina do Estado. Em meio às acusações, sobrou pouco espaço para propostas concretas.

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