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Aposta tucana para barrar petista no Ceará, militar não decola

Camilo Santana, que tenta a reeleição, lidera pesquisa Ibope com 64%, enquanto general Theophilo é citado por apenas 4% dos eleitores

Por Estêvão Bertoni 24 ago 2018, 17h07

Desconhecido dos eleitores, novato em eleições e recém-filiado ao PSDB, o general do Exército Guilherme Cals Theophilo de Oliveira foi lançado pela oposição para tentar barrar a reeleição de Camilo Santana (PT) no Ceará. A última pesquisa Ibope mostra que a estratégia, por enquanto, não surtiu efeito.

Segundo levantamento do instituto divulgado em 16 de agosto, o atual governador petista lidera com 64% das intenções de voto. O general tucano foi citado por apenas 4% dos eleitores. Ailton Lopes (PSOL), Hélio Góis (PSL) e Gonzaga (PSTU) têm, cada um, 2% das menções. O candidato do PCO, Mikaelton Carantino, registrou menos de 1%. Brancos e nulos somam 17%, enquanto 9% não sabem ou não opinaram.

Encontrar nomes expressivos para disputar o governo do estado foi um desafio para o PSDB. O problema começou com a desistência do senador Eunício Oliveira (MDB). Em 2014, Eunício e Camilo travaram uma disputa acirrada pelo governo. O petista conseguiu, no primeiro turno, 47,81% dos votos, e o emedebista, 46,41%. No segundo, a vitória de Camilo também foi apertada: 53,35% contra 46,41%.

Em vez de reeditar o embate, Eunício decidiu tentar a reeleição para o Senado. Ele acabou se aproximando de Camilo. Criou-se, então, um vazio na oposição. O ex-governador tucano Tasso Jereissati foi pressionado a se candidatar, mas recusou e defendeu uma renovação. Os tucanos governaram o Ceará de 1991 a 2006 e, desde então, não conseguem emplacar um candidato ao poder Executivo estadual.

A escolha do general Theophilo tem explicações. A primeira é que o Ceará teve um crescimento de 50% no número de mortes violentas entre 2016 e 2017 e vive uma crise na segurança pública.

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Outro motivo é o apelo de alguns setores da sociedade pela volta dos militares ao poder. A onda teve início durante os protestos de junho de 2013, se intensificou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, e continuou a mostrar forças na greve dos caminhoneiros, em maio deste ano.

Um exemplo disso é a chapa para presidente liderada por Jair Bolsonaro (PSL) e seu vice, general Mourão, que lidera as pesquisas eleitorais na ausência do ex-presidente Lula. Ao contrário de Bolsonaro, entretanto, o general tem um discurso moderado, o que pode ser útil ao candidato Geraldo Alckmin (PSDB) ao fazer um contraponto contra seu adversário na corrida presidencial. Já Camilo conseguiu formar uma coligação com 16 partidos e conta com o apoio dos ex-governadores Ciro e Cid Gomes.

Pesquisa Ibope, de 16 de agosto
Camilo Santana (PT) – 64%
General Theophilo (PSDB) – 4%
Aílton Lopes (PSOL) – 2%
Hélio Góis (PSL) – 2%
Francisco Gonzaga (PSTU) 2%
Mikaelson Carantino (PCO) – 0%
Branco/nulo – 17%
Não sabe/não respondeu – 9%

Registro: CE-04197/2018. Foram ouvidas 1.204 pessoas, entre 10 e 16 de agosto. O nível de confiança é de 95%, e a margem de erro, de três pontos percentuais.

Conheça os candidatos ao governo do Ceará:

Aílton Lopes (PSOL), bancário
Vice: Raquel Lima (PCB)
Coligação: PSOL, PCB

Camilo Santana (PT), governador do Ceará
Vice: Izolda Coelho (PDT)
Coligação: PT, PDT, PP, PSB, PR, PTB, DEM, PCdoB, PPS, PRP, PV, PMN, PPL, Patriota, PRTB, PMB

Francisco Gonzaga (PSTU), operário da construção civil
Vice: Reginaldo Ferreira de Araújo (PSTU)

General Theophilo (PSDB), militar reformado
Vice: Emília Pessoa (PSDB)
Coligação: PSDB, Pros

Hélio Góis (PSL), advogado
Vice: Ninon Tauchmann (PSL)

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Mikaelson Carantino (PCO), professor
Vice: Lino Alves (PCO)

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