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Após voto, Haddad acena a adversários e cobra debate com Bolsonaro

Do lado de fora, militantes petistas entoavam gritos de ordem contra moradores de prédio na mesma rua, que bateram panelas durante voto do petista

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 out 2018, 10h59 - Publicado em 7 out 2018, 10h49

O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, votou por volta das 9h45 deste domingo 7 na Brazilian International School (BIS), escola particular na zona sul da cidade de São Paulo. Após a votação, o petista pediu a “ampliação” da aliança em torno do seu nome em um eventual segundo turno contra o “risco desnecessário de perder as conquistas dos últimos trinta anos”, em referência ao período da redemocratização brasileira.

Haddad estava acompanhado da esposa, Ana Estela, e dos candidatos petistas ao Senado em São Paulo, Eduardo Suplicy e Jilmar Tatto. Do lado de fora, militantes do partido e moradores de um prédio na mesma rua, que fica em Moema, um bairro nobre da capital paulista, se desentendiam. De um lado, os vizinhos à escola batiam panela. De outro, os militantes petistas entoavam um grito de ordem: “Bate panela, pode bater, quem tira o povo da miséria é o PT”.

Em coletiva após votar, o candidato petista afirmou que seu principal adversário, Jair Bolsonaro (PSL), se “esconde nas redes sociais” e prega o voto útil por uma vitória em primeiro turno por ter “muita dificuldade em debater”. “Ele não tem equipe nem projeto. Eu entendo essa ansiedade de liquidar no primeiro turno, mas para o Brasil vai ser melhor (haver segundo turno). Comparar os dois projetos, sobretudo porque ele é um político tradicional, com 28 anos de estrada e pouco serviço prestado ao Brasil”, afirmou o ex-prefeito de São Paulo.

Instado a citar adversários com os quais espera compor, Haddad mencionou aqueles que fizeram parte do governo Lula, Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (MDB), mas que buscará apoios independente de partido. “O momento agora exige que nós estendamos a voto para os brasileiros e as brasileiras que, independente de partido, queiram contribuir para a reconstrução democrática do país. Nós vamos procurar pessoas que tenham a biografia de serviços prestados ao país para ampliar e governar com unidade”.

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Candidato

Há dois anos, o assunto era outro: empresário que nunca havia participado da vida pública, João Doria (PSDB) coroou sua subida meteórica na política com uma vitória no primeiro turno para a Prefeitura de São Paulo. Do outro lado, estava o então prefeito, Fernando Haddad (PT), que falhou em conquistar a reeleição em meio a uma crise generalizada que assolava o PT nos meses seguintes ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Eis que hoje Haddad ressurgiu das cinzas e é o candidato petista à Presidência da República, incumbido da missão de ser o herdeiro político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), barrado pela Lei da Ficha Limpa. Na campanha, a sua administração na capital paulista foi para o segundo plano, dando lugar a suas realizações como ministro da Educação no governo do padrinho político e de Dilma, como os programas ProUni e Fies e a expansão das universidades federais.

Haddad demorou a convencer a cúpula petista, dividida entre abraçar a sua candidatura por ter “cara de tucano” e manter até o final a candidatura de Lula, mesmo sabendo que as chances de sucesso do ex-presidente na Justiça eram ínfimas. Quando entrou na disputa, Haddad chegou a empolgar com o crescimento rápido das suas intenções de voto nas pesquisas, mas estacionou na faixa dos 20%, percentual que pode lhe garantir um lugar no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL).

Com poucos dias para o resultado do pleito, a campanha desceu do salto e finalmente encarou a situação: evitou criticar Bolsonaro por considerar o capitão da reserva um adversário mais fácil de bater que outros dos principais postulantes, mas acabou chegando à reta final da urna diante da possibilidade de que o presidenciável do PSL vença em primeiro turno, estimulado por um intenso antipetismo, que se distribuía em diversas candidaturas, mas que parece ter se concentrado em Bolsonaro.

Após a correção do rumo da campanha, com críticas mais pesadas a Bolsonaro, mudança de estratégia e o foco na manutenção do eleitorado do Nordeste, Haddad tenta evitar o pior cenário, garantir a ida ao segundo turno e apostar que o #EleNão, o alto índice de eleitores que rejeitam o candidato do PSL, será capaz de derrubá-lo e garantir a quinta vitória petista consecutiva em eleições presidenciais.

Segundo as últimas pesquisas divulgadas neste sábado (6), os dois estão em empate técnico no segundo turno: no Ibope, o capitão do Exército tem 45% contra 41% do petista, enquanto que no Datafolha o placar fica em 43% a 41%, também em favor de Bolsonaro. A margem de erro dos dois levantamentos é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, o que indica que estão empatados.

Em termos de rejeição, os dois também travam um duelo equilibrado e lideram a disputa no quesito. No Datafolha, Bolsonaro é rejeitado por 44% dos eleitores, enquanto 41% fazem o mesmo com Haddad. Já no Datafolha, o cenário é um pouco melhor para o petista: ele é descartado por 36% do eleitorado, enquanto seu rival ostenta uma taxa de 41%.

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