Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Após nove meses, Senado decide nesta quarta destino de Dilma

Na fase de debates, que durou quase dezessete horas, 48 senadores se manifestaram a favor do impeachment, e 18 foram contrários

Por Da redação
Atualizado em 31 ago 2016, 09h58 - Publicado em 31 ago 2016, 03h05

Encerrada a fase de debates, que durou quase dezessete horas, o Senado chega na manhã desta quarta-feira ao sétimo — e último dia — do julgamento que selará o destino da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, marcou o início da sessão de votação final para as 11 horas e a expectativa é que ela seja concluída até o início da tarde. Já se passaram mais de nove meses desde que o processo de impeachment começou a tramitar no Congresso Nacional, em dezembro de 2015.

Segundo placar elaborado pelo jornal O Estado de S. Paulo, 55 senadores já se declararam favoráveis à condenação de Dilma, quórum suficiente para afastá-la definitivamente do cargo e torná-la inelegível por oito anos. Senadores do PT já anunciaram que, após a votação, irão recorrer ao STF para anular o processo. Durante a fase de debates, 48 senadores se manifestaram favoráveis ao impeachment, 18 contrários e 3 não declararam.

Ricardo Lewandowski, que comanda os trabalhos no Senado, deve começar a sessão de hoje, lendo um resumo sobre os argumentos apresentados pela acusação e defesa, e das provas levantadas ao longo do processo. Depois, quatro senadores (dois anti e dois pró-impeachment) farão explanações na tribuna por até cinco minutos cada. Eles estão impedidos de orientar votos.

Em seguida, para encaminhar a votação, Lewandowski fará a seguinte pergunta aos parlamentares: “Cometeu a presidente Dilma Rousseff os crimes de responsabilidade correspondentes à tomada de empréstimos junto a instituição financeira controlada pela União e à abertura de créditos sem autorização do Congresso Nacional e deve ser condenada à perda do seu cargo, ficando, em consequência, inabilitada para o exercício de qualquer função pública pelo prazo de oito anos?” Os senadores deverão responder “sim” ou “não” em votação aberta, nominal e via painel eletrônico.

Continua após a publicidade

Para Dilma ser cassada, o relatório pela condenação precisa receber 54 votos favoráveis entre os 81 senadores. Se não atingir esse número, ela reassume o a Presidência da República e o processo é arquivado. Se for condenada, fica proibida de disputar cargos públicos por oito anos a partir do fim de 2018, quando terminaria o seu mandato. Finalizada a votação, Lewandowski lerá a sentença, que será publicada na forma de resolução e comunicada para as partes envolvidas. Se for confirmado o impeachment, o presidente interino Michel Temer tomará posse do cargo em solenidade no Congresso Nacional ainda nesta quarta-feira.

Leia também: Confira como foi o sexto dia de julgamento de Dilma

A penúltima sessão do julgamento, que começou por volta das 10 horas e só acabou às 2 horas da madrugada, foi marcada por discursos emocionados tanto por parte dos acusadores quanto dos defensores de Dilma, com direito a choro explícito de Janaína Paschoal e José Eduardo Cardozo. Na tribuna, a jurista pediu desculpas à presidente por saber que o processo lhe causava “sofrimento”, mas explicou estava fazendo isso por seus netos. Sem conseguir controlar as lágrimas, Cardozo afirmou que a Janaína foi “injusta”: “Pedir a condenação para defender os seus netos é algo que me atingiu muito fortemente. Não é justo”, disse ele.

Continua após a publicidade

Na etapa seguinte, 63 senadores subiram à tribuna para discursar. O último a falar foi Romário (PSB-RJ), que se inscreveu na última hora. Ele fechou a sessão, dizendo que o impeachment de Dilma é um “desfecho inevitável” e que “não há dúvidas” de que houve crime de responsabilidade. Antes dele, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), ex-ministro de Lula, afirmou que o impeachment não era só de Dilma, mas de uma “esquerda velha e obsoleta”.

Em um discurso histórico, o senador Fernando Collor de Mello, que há 24 anos foi o primeiro presidente a sofrer um impeachment no período pós-ditadura militar, subiu à tribuna para dizer que o processo contra Dilma é “completamente diverso” ao que foi alvo em 1992, este sim classificado por ele como “golpe” e “trama”. “O governo afastado transformou sua gestão numa tragédia anunciada. É o desfecho típico de governo que faz da cegueira econômica o seu calvário, e da surdez política, o seu cadafalso”, disse Collor, que até pouco tempo era aliado do governo petista.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.