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Após forçar demissão de ministro, PR sela apoio a Dilma

Partido renderá para a presidente mais 1 minuto e 8 segundos de propaganda - e custou a cabeça de César Borges, que comandava os Transportes

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 jun 2014, 10h45

Depois de forçar a presidente Dilma Rousseff a trocar o comando do Ministério dos Transportes, o Partido da República formalizou nesta segunda-feira apoio à campanha da petista à reeleição. Em reunião da Executiva Nacional, o PR confirmou, por 23 votos a um, que integrará o leque de alianças de Dilma – o que renderá à presidente mais 1 minuto e 8 segundos de propaganda eleitoral no rádio e na TV.

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“Temos 1 minuto e 8 segundos [por bloco de propaganda política]. Isso significa 2 minutos e 16 segundos para a presidente Dilma. São 2 minutos e 16 segundos que o adversário deixa de levar, e isso é muito significativo”, disse o presidente do PR, senador Alfredo Nascimento, ‘faxinado’ por Dilma Rousseff do comando do Ministério dos Transportes em 2011, na esteira de um escândalo de corrupção revelado por VEJA.

O apoio do PR teve aval do ex-secretário-geral da sigla Valdemar Costa Neto, condenado no julgamento do mensalão e que cumpre pena por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O partido já havia se reunido em convenção no último dia 21, mas uma reunião esvaziada transferiu a decisão para esta segunda-feira. Na reunião da Executiva, o líder do PR na Câmara, Bernardo Santana de Vasconcelos (PR-MG), que defendia que a sigla apoiasse a candidatura do senador Aécio Neves, mandou uma procuração para que seu voto fosse computado em favor do apoio ao tucano. Ele não participou da reunião do partido em Brasília.

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A confirmação do apoio a Dilma Rousseff ocorre na semana seguinte à pressão explícita do partido pela troca do comando do Ministério dos Transportes. Embora César Borges, então titular da pasta, fosse filiado à legenda, ele não era considerado um ministro do partido por não ter interlocução com a bancada no Congresso. O substituto de Borges é Paulo Sérgio Passos, também filiado ao PR, mas considerado um quadro técnico, e não uma indicação política da sigla.

“A troca no Ministério dos Transportes ajudou [o PR]. O afastamento [de César Borges] colocando outro ministro, que também não é indicação nossa, fez com que o partido entendesse a boa vontade do governo e fizesse a opção por apoiá-la”, disse Alfredo Nascimento. “O que estabeleceu essa diferença na relação entre a base do PR no Congresso e o governo era a relação com o ministro dos Transportes”, afirmou.

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Rachado, o PR sempre teve uma relação tumultuada com o Palácio do Planalto. Ao longo do governo, sua bancada no Senado já se autoproclamou “independente” das orientações do Executivo – e depois recuou – e os deputados da sigla lançaram, em pleno Congresso, um ato de apoio ao movimento “Volta, Lula” para que o ex-presidente se lançasse mais uma vez como candidato ao Planalto.

Escândalo – Em julho de 2011, reportagem de VEJA revelou um esquema de corrupção montado no Ministério dos Transportes sob o comando do PR. O partido cobrava 4% de propina de empreiteiras interessadas em contratos com o governo. O esquema tinha como coração o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Valec, estatal das ferrovias. A maior parte do dinheiro ia para o caixa do PR, sob a direção do então ministro Alfredo Nascimento e do deputado Valdemar Costa Neto. O restante era destinado aos parlamentares dos estados em que as obras eram – ou deveriam ser – feitas. Segundo os auditores da CGU, 760 milhões de reais foram desviados. A Polícia Federal abriu 79 inquéritos sobre os desmandos na pasta, e 55 servidores públicos foram investigados. O escândalo derrubou o ministro, seu chefe de gabinete (Mauro Barbosa), os chefes do Dnit (Luiz Antonio Pagot) e da Valec (José Francisco das Neves, o Juquinha) e mais de vinte funcionários da pasta. Em 2013, o partido retomou o controle da pasta.

TV – Na última semana, em seu programa partidário, o PR voltou a dar mostras de que sua aliança com a presidente Dilma Rousseff é circunstancial. Embora participe de governo e oficialmente apoie a reeleição da petista, o partido defendeu na TV a mudança na condução política do país e adotou o slogan “Em time que está ganhando, se mexe”. Se nas últimas eleições o palhaço Tiririca, cabo eleitoral da sigla, adotou o bordão “pior que tá não fica”, o novo mote em defesa da mudança também coube ao humorista: “Tem que manter o que tá certo e ‘desmanter’ o que tá errado. Tem que mexer”.

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