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Após atacar polícia, Haddad muda o tom e agora fala em ‘grande parceria’ com Alckmin

Prefeito de São Paulo, que havia acusado a Polícia Civil de truculência, disse que retomará o programa para usuários com o apoio do governo estadual

Por Da Redação
24 jan 2014, 15h46

Quem acompanhou a reação beligerante do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e a tentativa de sua equipe de secretários em propalar a versão de que a ação da Polícia Civil na Cracolândia, nesta quinta-feira, sabotou seu programa “Braços Abertos” poderia concluir: o atrito levaria a um rompimento na relação amistosa entre o prefeito e o governo Geraldo Alckmin (PSDB). Menos de 24 horas depois, no entanto, a realidade já é outra. Haddad evitou repetir as críticas nesta sexta, falou em retomar uma “grande parceria” com o Estado e até elogiou o trabalho da Polícia Militar.

“Já me manifestei. Nosso objetivo agora é retomar o programa como ele foi concebido”, disse Haddad, durante a inauguração de um ponto de internet pública. “Nossa obsessão vai ser retomar o projeto e inclusive com o apoio do governo do Estado”, completou. Questionado por jornalistas sobre a conversa que teve com o governador ontem, Haddad se esquivou: “A reação foi boa”. E elogiou a Polícia Militar: “A própria Polícia Militar atuou no sentido de acalmar as pessoas, é preciso reconhecer isso. A PM foi e tem sido grande parceira”.

O conflito na Cracolândia começou após uma ação do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) para prender traficantes na região. A Polícia Civil informou que três policiais à paisana foram ao local para efetuar as prisões em uma ação rotineira, mas os traficantes se rebelaram e iniciaram um confronto atirando pedras – três viaturas foram danificadas. Os policiais pediram reforço e responderam com bombas de gás lacrimogêneo. A prefeitura, no entanto, afirmou em nota oficial que os policiais dispararam tiros de bala de borracha, o que o Denarc negou. O Ministério Público Estadual abriu inquérito para apurar a atuação dos policiais.

“A ação não tem nenhuma relação com o programa da prefeitura. O trabalho do Denarc é combater o tráfico de drogas”, disse ontem a diretora do Denarc, Elaine Biasoli.

A prefeitura também disse ter sido “surpreendida” e reclamou que a ação poderia “comprometer a continuidade” do programa recém-implantado para desmontar a chamada “favelinha” e remover os usuários de crack para hotéis da região – para ser beneficiado com a hospedagem e receber 15 reais por dia, o viciado deve trabalhar quatro horas no serviço de varrição das ruas do Centro.

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Desde que o programa da prefeitura começou, a região tornou-se destino diário de políticos do PT. Ontem, horas antes da confusão, o ministro Alexandre Padilha (Saúde), futuro candidato ao governo de São Paulo contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB), visitou a área. Quando o conflito ocorreu, no período da tarde, o secretário municipal de Segurança Urbana, Roberto Porto, estava no local.

O governador Geraldo Alckmin, que não havia se manifestado ontem, defendeu a ação policial: “O Denarc fez uma ação para prender traficantes, e dependentes químicos tentaram impedir a prisão dos traficantes”.

O fato de Haddad e Alckmin evitarem o agravamento do atrito é positivo: a Cracolândia, localizada no centro da maior cidade do país, não pode se tornar uma zona livre para a ação de traficantes – e o combate a eles é papel da polícia. Além disso, é fundamental que os governos municipal e estadual atuem para dar assistência aos usuários e buscar sua recuperação.

Relembre a nota divulgada ontem por Haddad:

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A administração municipal foi surpreendida pela ação policial repressiva realizada hoje na região da Cracolândia pelo Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Policia Civil. A prefeitura repudia esse tipo de intervenção, que fez uso de balas de borracha e bombas de efeito moral contra uma multidão formada por trabalhadores, agentes públicos de saúde e assistência e pessoas em situação de rua, miséria, exclusão social e grave dependência química. A “Operação de Braços Abertos” é uma política pública municipal pactuada com o governo estadual, que preconiza a não violência e na qual a prisão de traficantes deve ser feita sem uso desproporcional de força. Agentes da Prefeitura trabalham há seis meses para conquistar a confiança e obter a colaboração das pessoas atendidas. A administração reafirma seu empenho na solução deste problema da cidade e manifesta sua preocupação com este tipo de incidente, que pode comprometer a continuidade do programa. E expressou essa posição diretamente ao Governo do Estado.

(Com Estadão Conteúdo)

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