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Alvo da PGR, Dilma ataca Delcídio – mas não explica suspeitas

Presidente da República classificou as denúncias de seu ex-líder no Senado como "levianas e mentirosas". Ela também disse que pedirá à Justiça apuração de vazamento

Por Da Redação 4 Maio 2016, 12h12

Um dia depois de a Procuradoria-Geral da República pedir ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para investigá-la sobre tentativas de interferir na Operação Lava Jato, a presidente Dilma Rousseff não deu explicações sobre as suspeitas que pairam contra ela e buscou um embate com o delator: seu ex-líder no Senado, Delcídio do Amaral (MS), que deixou o PT e está prestes a ser cassado. Dilma convenientemente também ignorou o fato de que o procurador-geral Rodrigo Janot também busca apurar a obstrução da Lava Jato com a nomeação para ministro da Casa Civil do ex-presidente Lula, já denunciado ao Supremo. A nomeação, uma maneira de blindá-lo com o foro privilegiado, foi suspensa pela corte.

“As denúncias feitas pelo senador Delcídio do Amaral são absolutamente levianas e sobretudo mentirosas”, disse Dilma em breve pronunciamento a jornalistas no Palácio do Planalto. Ela apenas desacreditou Delcídio e virou as costas sem responder a nenhuma pergunta. “O senador Delcídio tem a prática de mentir e isso ficou claro ao longo de toda essa questão relativa a sua prisão a partir das gravações. Tenho certeza que a abertura do inquérito vai demonstrar apenas que o senador, mais uma vez, faltou com a verdade. Ele​ acusava na primeira gravação ministros do Supremo. Depois retirou a acusação. Agora acusa a mim. Tenho consciência das mentiras do senador Delcídio do Amaral e acho que a credibilidade do senador é bastante precária. Acredito que é necessário investigar da onde surgem essas afirmações do senador e comprovar.”

Delcídio foi preso por tentar comprar o silêncio e facilitar a fuga do também delator Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras. Em acordo de colaboração premiada fechado com o Ministério Público na cadeia, ele disse que agia a mando do governo, citou Dilma, o ex-presidente Lula e o então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Também afirmou que a nomeação do ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas para o Superior Tribunal de Justiça era uma maneira de o governo tentar a libertação de empreiteiros presos.

Dilma disse ser a favor de investigações, mas voltou a repetir o mais que desgastado discurso do “vazamento” da existência do inquérito. É a mesma reação de quando vieram à público pela imprensa os termos da colaboração premiada de Delcídio. Dilma afirmou que pedirá ao advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo (PT), também implicado por Delcídio, que solicite apurações à Justiça. “O que querem com isso é o dano feito”, afirmou a presidente. “O vazamento de algo que tudo indica estava sob sigilo e estranhamente vaza às vésperas do julgamento no Senado. Aqueles que vazaram têm interesses escusos e inconfessáveis. Quero saber quem é o autor ou os autores do vazamento.”

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Pedaladas – Ela falou aos jornalistas logo depois do lançamento do Plano Safra 2016/2017, voltado ao financiamento do agronegócio. No discurso oficial, a presidente atacou o processo de impeachment, que deve ser admitido pelo Senado na próxima semana, o que provocará seu afastamento imediato do cargo por até 180 dias. Dilma afirmou que o impeachment é “frágil e fraudulento” e que “luta e lutará contra ele em todas as instâncias e com todos os instrumentos possíveis” – mais um indicativo de que não pretende renunciar.

Um dos atos listados crime de responsabilidade na denúncia contra Dilma ocorreu no financiamento do Plano Safra de 2015. Ao longo do ano, o Tesouro deixou de subvencionar ao Banco do Brasil 3,5 bilhões de reais adiantados para financiamento de produtores rurais. Dilma negou que tenha participado da decisão e afirmou que o atraso foi quitado no fim de 2015.

Ela comparou de maneira esdrúxula as “pedaladas fiscais” – atrasos crescentes no pagamento de recursos bilionários aos bancos públicos – com um simples “atraso de aluguel”. “Não me consta que o atraso de aluguel é uma operação de crédito do inquilino para aquele que aluga o imóvel”, disse. “Da mesma forma, não me consta que um atraso de pagamento entre a União e o Banco do Brasil é uma operação de crédito. É só isso, um atraso de pagamento. Esse atraso foi devidamente pago pela União. Não há que falar em dívida da União com o Banco do Brasil.”

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