Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Aloysio Nunes: ‘Desse jeito, vamos dar a Presidência a Lula’

Segundo o ministro, o PSDB vive um momento de “histeria”, erra ao argumentar a favor da saída do governo Temer e corre risco em 2018

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 10 nov 2017, 15h51 - Publicado em 10 nov 2017, 09h10

Irritado com o racha do PSDB, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, disse que seu partido vive um momento de “histeria” e erra ao defender a saída do governo comandado pelo presidente Michel Temer (PMDB), correndo o risco de perder a eleição de 2018. Em tom de ironia, o tucano afirmou que “tem gente tingindo o cabelo de preto” para votar contra a reforma da Previdência ao se referir aos chamados “cabeças pretas”, que defendem o desembarque dos tucanos.

“Desse jeito, vamos entregar a Presidência para o Lula, em 2018”, disse Aloysio, em uma alusão à tentativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de voltar ao poder. “Engana-se quem pensa que será carregado nos braços do povo por ter desembarcado do governo. O PSDB será julgado por suas ações concretas em benefício do país. Mas como fazer o discurso da razão com o partido em pé de guerra?”

Alvo de petição enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que alegou ser “fato incontroverso” o recebimento de 500.000 reais da Odebrecht para financiar sua campanha ao Senado, em 2010, o ministro admitiu constrangimento com a acusação.

“Eu quero que esse inquérito seja concluído logo. Quero ser investigado porque nada tenho a esconder. É um incômodo ser ministro com esse ‘troço’ em cima de mim”, argumentou ele, sem esconder a contrariedade com a expressão “incontroverso”, usada por Raquel.

Continua após a publicidade

Senador licenciado, Aloysio decidiu se candidatar à reeleição, em 2018. À reportagem, disse que a defesa feita por ele da permanência do PSDB no governo Temer não tem nenhuma relação com sua manutenção no cargo nem com foro privilegiado. “Eu não faço obra em ministério, não tenho verba e não nomeio ninguém”, afirmou.

Casa Dividida

Aloysio apoia o governador de Goiás, Marconi Perillo, para a presidência do PSDB, contra o senador Tasso Jereissati (CE), destituído nesta quinta do comando provisório do partido pelo colega Aécio Neves (MG), alvejado pela Lava Jato. Tasso sempre pregou a saída da equipe de Temer. “Perillo tem mais condições de promover a unidade do partido. Sigo os mandamentos de Mateus 12:25: ‘A casa dividida contra si mesmo será destruída'”, provocou o chanceler.

Continua após a publicidade

Amigo de Alberto Goldman, novo presidente interino do PSDB, Aloysio disse que o ex-governador de São Paulo “é isento e não pertence a nenhuma facção”. Na sua avaliação, não houve nenhum “golpe” de Aécio porque tudo foi decidido dentro de normas estatutárias. A convenção do PSDB que escolherá a nova direção do partido está marcada para 9 de dezembro. “Isso (a saída de Tasso) tinha de ser feito para garantir uma disputa equilibrada”, observou.

Limites

A briga do PSDB em praça pública, no diagnóstico do chanceler, já passou dos limites e cada vez mais prejudica o tucanato. “A chance de vitória do PSDB, em 2018, é ser o fator de agregação do centro político, formado também pelo PMDB e pelo DEM, com base em uma plataforma que está em andamento. Estamos jogando tudo isso pela janela. E qual a nova proposta para colocar no lugar?”, perguntou ele. “Se não percebermos isso, a disputa vai ficar entre Lula e Bolsonaro (deputado Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSC), e o Lula será eleito triunfalmente.”

Ao ser questionado sobre o comentário do senador José Serra (PSDB-SP), para quem “só com psicanálise” alguém entende o PSDB, o ministro abriu um sorriso. “É preciso ver se a gente não enlouquece o psicanalista antes”, provocou.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.