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Alianças nos estados desafiam o que sobrou de ideologia partidária

Enquanto a sucessão presidencial concentra as atenções do eleitorado, disputas regionais acumulam situações bizarras

Por Estêvão Bertoni Atualizado em 10 ago 2018, 15h55 - Publicado em 10 ago 2018, 09h50

Se o Brasil tem partidos políticos em excesso (são 35), muitos dos quais antagônicos, o governador Renan Filho (MDB) conseguiu uma façanha: uniu mais da metade deles a favor de sua candidatura.

Na megachapa que formou neste ano, uma espécie de Frankenstein com dezenove legendas, o candidato à reeleição em Alagoas atropelou divergências ideológicas e aglutinou agremiações que vão dos comunistas do PCdoB aos conservadores do PR de Valdemar Costa Neto.

Sua coligação, batizada de Avança Mais Alagoas, exige que se tome fôlego antes de ser lida. Conta com MDB, SD, PPS, PDT, PR, PTB, PCdoB, PHS, PV, Avante, PT, PSD, PRTB, DC, Podemos, PMB, PRP, Pros e PMN.

Renan Filho conseguiu ainda colocar no mesmo balaio o PT de Dilma Rousseff e o MDB de Michel Temer, rompidos na esfera federal desde o impeachment da ex-presidente em 2016.

A união dos petistas com os partidos chamados por eles de “golpistas” acontece em quinze estados brasileiros, ou seja, em mais da metade do país (são 27 unidades da federação). Em Minas, onde Dilma concorre ao Senado, o PR que votou por seu afastamento estará ao lado, para seu constrangimento, do governador petista Fernando Pimentel, que tenta a reeleição.

Superblocos partidários foram formados em ao menos 23 estados, produzindo excentricidades como a união do PCdoB com o DEM em ao menos três deles: Ceará, Maranhão e Espírito Santo.

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Em todos os lugares

Encerradas nas últimas semanas, as convenções partidárias nos estados expuseram as idiossincrasias das eleições brasileiras.

O campeão de candidatos a governador, por exemplo, é uma partido que nunca assumiu um estado. O PSOL lançou 25 concorrentes aos Executivos estaduais, só ficando de fora das urnas no Acre e no Amapá.

Atrás dele vem outro inexperiente em governar: o PSTU, com dezoito candidatos. Eles superam no número de postulantes grandes agremiações como PT (15), MDB (13) e PSDB (12).

A explicação está na resistência dos partidos de esquerda em formar coligações em nome de uma pretensa “pureza” ideológica.

Sem novidades

A falta de renovação entre os governadores também pode estar distante da política nacional nestas eleições. Dos 27 atualmente no cargo, dezenove tentam se reeleger.

O campeão em tentativas de se manter no poder é o PT, com quatro candidatos a reeleição (Bahia, Ceará, Minas Gerais e Piauí). Em seguida, aparecem o PSDB e o PSB, com três cada.

Quatro vezes esquerda

No Ceará, o pleito estadual está marcado pela falta de opções no espectro político. Dos seis candidatos, quatro são de esquerda ou extrema esquerda, representados por PT, PSOL, PSTU e PCO.

As outras alternativas são o general Theophilo, do PSDB, e Hélio Góis, do PSL de Bolsonaro. Muito dessa situação se deve a outra megacoligação em torno do candidato do PT Camilo Santana, que tenta a reeleição. Ele arrebatou para sua campanha nada menos do que dezesseis partidos.

Collor e o PSDB

De volta a Alagoas, outra singularidade está na coligação que faz frente à tropa de Renan Filho: oito partidos se uniram a Fernando Collor (PTC), incluindo o PSDB de Geraldo Alckmin, que tenta novamente se eleger presidente da República. Os tucanos escolheram o ex-vereador de Maceió Kelmann de Oliveira para ser vice do ex-presidente afastado do cargo em 1992.

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A união não agradou a todo mundo. Ex-governador de Alagoas, o tucano Teotônio Vilela Filho já afirmou publicamente que não vota em Collor “em nenhuma hipótese”.

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