Logo depois do primeiro turno, em que Lula (PT) venceu com uma vantagem de 6,2 milhões de voto sobre Jair Bolsonaro (PL), assessores do presidente começaram a traçar cenários para tentar virar a disputa no segundo turno e, caso isso não ocorresse, reagir a uma eventual derrota.
As estratégias empregadas para tentar a virada são conhecidas, mas não surtiram o efeito desejado. Bolsonaro reduziu a vantagem de Lula, mas acabou derrotado por cerca de 2 milhões de votos. Sobre a reação, não houve consenso na época, mas ao tratar do assunto os assessores já tinham a informação de que caminhoneiros fechariam rodovias no país.
Coube a uma das pessoas mais próximas do presidente contar a VEJA sobre o levante dos caminhoneiros numa conversa há três semanas. Na ocasião, ele pediu para não ter seu nome revelado e se recusou a responder se o movimento teria sido arquitetado pelo próprio governo. “Eles vão parar o país”, se limitou a informar.
Até agora, Bolsonaro não se manifestou nem sobre o resultado das eleições nem sobre os bloqueios nas rodovias. Seu silêncio, segundo adversários políticos, alimenta o clima de conflagração.