Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Alheios a protestos, indígenas aguardam STF decidir sobre marco temporal

Grupos tradicionais estavam entre manifestação bolsonarista e esvaziada concentração de oposicionistas e não tomaram partido para nenhum dos lados

Por Rafael Moraes Moura 8 set 2021, 11h07

De um lado, milhares de simpatizantes bolsonaristas, vestidos de verde e amarelo, com uma defesa apaixonada do presidente da República e mensagens antidemocráticas contra o Supremo Tribunal Federal (STF). De outro, em um número infinitamente menor, militantes esquerdistas com ataques ao chefe do Executivo e em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No meio de tudo isso, cerca de 2 mil lideranças indígenas acampadas no coração da capital, aguardando com ansiedade a conclusão do julgamento sobre o marco temporal no STF. No dia em que Brasília foi palco de acalorados protestos que miravam sobretudo a Suprema Corte, os povos indígenas que se deslocaram até a capital ficaram no seu acampamento, não engrossando o coro do Grito dos Excluídos. E muito menos os atos a favor de Bolsonaro.

“O governo tenta nos pintar com o vermelho da esquerda. Quando o nosso inimigo é o mesmo, em certos momentos não tem como a luta ser diferente. Mas com as ruas tomadas pela violência, participar do protesto seria colocar os corpos indígenas numa situação de maior vulnerabilidade”, diz a VEJA Célia Xakriabá, uma das organizadoras da Marcha das Mulheres Indígenas. “Nunca comemoramos essa falsa independência, essa falsa liberdade. Nós, mulheres indígenas, sofremos o primeiro golpe há 521 anos.”

A manifestação de esquerda, que contou com a mobilização de partidos de esquerda, centrais sindicais e representantes do movimento LGBTQIA+, também foi desfalcada de lideranças do Partido dos Trabalhadores. Por conta do acirramento de ânimos na capital, policiais militares decidiram reforçar a segurança no entorno do acampamento.

Enquanto Bolsonaro sobrevoava a Esplanada dos Ministérios de helicóptero e militantes esquerdistas pediam a condenação do presidente por genocídio, os mais de 2.000 indígenas permaneciam no acampamento, em sua programação particular, que inclui rodas de conversa e a realização de grupos de trabalho. Nesta quarta-feira, as atenções se voltam para eles e a retomada do julgamento do STF sobre o marco temporal, discussão no que pode mudar o entendimento sobre a demarcação de terras indígenas. “A nossa real independência é a demarcação de terras indígenas”, afirma Célia.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.