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Alexandre Padilha indicou diretor de laboratório fantasma

Ex-ministro da Saúde é citado nas mensagens trocadas entre o doleiro Alberto Youssef e o deputado petista André Vargas

Por Rodrigo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 abr 2014, 19h55

Mensagens interceptadas durante a Operação Lava Jato e obtidas por VEJA arrastam para o escândalo o deputado Candido Vaccarezza (PT-SP) e o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, pré-candidato petista ao governo de São Paulo. Os nomes de ambos aparecem em um relatório enviado à Justiça pela Polícia Federal, detalhando a ligação do deputado André Vargas (PT-PR) com o doleiro Youssef.

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Em 26 de novembro de 2013, André Vargas diz que falou com “Pad”, que a PF relaciona a Padilha. “Falei com Pad agora e ele vai marcar uma agenda comigo”, escreveu o deputado ao doleiro. As referências a Padilha aparecem novamente em mensagens trocadas dois dias depois pela dupla. André Vargas conversava com o doleiro sobre a contratação de um executivo para a Labogen, o laboratório-fantasma do doleiro, que servia à lavagem de dinheiro. O deputado avisa que o executivo escolhido encontraria Youssef dias depois. E avisa que quem indicou o executivo para a Labogen foi Padilha. Ele passa o número do tal executivo, um celular registrado em Brasília, e na sequência arremata: “Foi Padilha que indicou”. Pelo número de telefone, os investigadores identificaram o “indicado” como Marcus Cezar Ferreira de Moura. “O executivo indicado por Alexandre Padilha”, como os investigadores se referem a Marcus no relatório, trabalhou como assessor parlamentar de um fundo de pensão controlado pelo PT.

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Em nota, Padilha negou ter indicado alguém para a Labogen. “Se, como diz a Policia Federal, os envolvidos tinham preocupação com as autoridades fiscalizadoras, eles só poderiam se referir aos filtros e mecanismos de controle criados por Padilha dentro do Ministério da Saúde justamente para evitar ações deste tipo”, diz o comunicado enviado por e-mail por sua assessoria de imprensa.

Documento Labogen Padilha Vargas
Documento Labogen Padilha Vargas (VEJA)

Vaccarezza – As mensagens interceptadas pelos policiais mostram também que Youssef participou, junto com André Vargas, de uma reunião no apartamento de Vaccarezza, em Brasília, para tratar de interesses do doleiro. Também esteve no encontro o empresário Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-ministro do governo Collor que já havia aparecido na investigação como sócio oculto de Alberto Youssef no laboratório Labogen.

Na troca de mensagens, datada de 25 de setembro do ano passado, Youssef avisa André Vargas que acabou de chegar a Brasília e que precisa falar com ele. Diz que viajou junto com PP, como é conhecido Pedro Paulo Leoni Ramos. “Achei que você estivesse aqui na casa do Vacareza (sic)”, escreve o doleiro. “Tô indo”, responde André Vargas. Diz a Polícia Federal no relatório: “Os indícios apontam que o alvo Alberto Youssef mantinha relações com o deputado federal Candido Vaccarezza, inclusive indicando que houve uma reunião na casa do deputado federal Vaccarezza, reunião esta entre Alberto Youssef, deputado federal André Vargas e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos”.

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O telefone do deputado Candido Vaccareza aparece destacado entre os contatos da agenda de um dos aparelhos usados pelo doleiro. No mesmo dia do encontro no apartamento de Vaccarezza, Youssef volta a falar com André Vargas. E diz que o deputado deve “cobrar e ficar em cima”. “Senão não sai”, diz ele. Cinco minutos depois, Vargas escreve: “(Em) 30 dias estará resolvido”. Para a polícia, eles estavam articulando o contrato da Labogen com o Ministério da Saúde, assinado três meses depois.

O deputado Cândido Vaccarezza, que acaba de deixar o posto de líder do governo na Câmara, em Brasília
O deputado Cândido Vaccarezza, que acaba de deixar o posto de líder do governo na Câmara, em Brasília (VEJA)

Funcef – Em 3 de dezembro de 2013, Youssef pergunta se André Vargas tem acesso a um superintendente da Caixa Econômica Federal. Logo depois, o doleiro lembra o deputado da necessidade de marcar uma reunião na Funcef, o fundo de pensão dos funcionários da Caixa, dono de uma carteira de ativos de 52 bilhões de reais. No dia 11 de março deste ano, o doleiro e o deputado combinam de participar, juntos, de um encontro em Brasília com um representante Funcef. De última hora, Vargas avisa que não poderá ir mais e dá as coordenadas para que Youssef se dirigisse para o lugar combinado – a sede da Funcef. Youssef pergunta então se pode usar o nome de Vargas. O deputado prontamente diz que sim. Pelas mensagens, a reunião teria sido com um dos diretores do fundo. Ao final, Youssef dá satisfação a Vargas: “Acabei de ser atendido. Falo com você como foi”.

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