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Alckmin sobre enchente: “Não é possível fazer obra em 24h”

Governador e prefeito se esquivaram de fazer promessas sobre fim do problema

Por Carolina Freitas
11 jan 2011, 17h12

Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo: “É impossível qualquer administrador do mundo prometer o fim dos alagamentos”,

Se depender das medidas anunciadas nesta terça-feira pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e pelo prefeito paulistano, Gilberto Kassab (DEM), os paulistas só poderão ter esperanças de um verão sem enchentes a partir de 2012. Depois de uma reunião de uma hora para tratar do temporal da noite de segunda-feira e desta madrugada, os dois governantes anunciaram investimentos de 800 milhões de reais em obras contra enchentes. O problema é o prazo: o dinheiro será gasto nos próximos quatro anos. Ou seja, terão pouco efeito para as chuvas que ainda devem castigar o estado neste verão. “Não é possível fazer obra em 24 horas”, justificou o governador, ao ser cobrado sobre medidas de impacto imediato para impedir que o Rio Tietê transborde. Segundo ele, a cada verão é preciso tirar 500 mil metros cúbicos de detritos do rio e, no ano passado, foi retirado 1 milhão de metros cúbicos. “O desassoreamento é eterno.” Dos 800 milhões de reais prometidos, ao menos 300 milhões serão investidos em reservatórios de água, canalização de córregos e na recuperação da várzea do Rio Tietê – obras já anunciadas pela administração anterior do governo estadual. De novidade mesmo, Alckmin ampliou o alcance da licitação, ainda a ser lançada, para limpeza do Rio Tietê. Nos primeiros dias de janeiro, o governador havia anunciado a destinação de 64 milhões de reais para tirar 1 milhão de metros cúbicos de lixo e areia do rio. Hoje, ampliou a previsão do gasto para 170 milhões de reais e o volume de desassoreamento para 2,1 milhões de metros cúbicos. O trabalho deve ser realizado até o fim deste ano. Nesta terça-feira, o governador também deve assinar um decreto renovando o Novo Começo. O programa concede auxílio de 1.000 reais para cada família vítima de enchentes em municípios paulistas onde for decretado estado de emergência ou de calamidade. O benefício foi criado pelo ex-governador José Serra para ajudar os moradores da cidade de São Luiz do Paraitinga, devastada por uma enxurrada no início de 2010. Apesar de se comprometer com os investimentos, Alckmin evitou fazer promessas a respeito das enchentes. “Se nós conseguirmos manter a batimetria inicial dos rios, especialmente do Tietê e do Pinheiros, fazer um sistema de bombeamento eficiente, ampliar os piscinões e recuperar as várzeas, os problemas vão diminuir”, enumerou. “Não quer dizer que nunca vai ter [alagamento], mas ele será realmente minimizado.” O prefeito Kassab também se esquivou de responder se, algum dia, os paulistanos ficariam livres das enchentes de verão. “O governador não pode aqui prometer, muito menos a prefeitura”, afirmou. “É impossível qualquer administrador do mundo prometer que qualquer intervenção vai liberar alguma região de um alagamento. Porém, onde as obras acontecem, os alagamentos diminuem e, alguns, nunca mais acontecem.” Paz selada – A reunião foi o primeiro encontro de trabalho entre Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab como representantes dos executivos estadual e municipal. Adversários nas urnas nas eleições de 2008, para a prefeitura de São Paulo, os dois protagonizaram na época momentos de tensão. Alckmin acusou Kassab de “cooptar” políticos do PSDB para sua campanha. “O Kassab é dissimulado. Ele usa as pessoas. Ele tem uma só estratégia: destruir o partido que o levou ao poder”, disse Alckmin na época. A candidatura de Alckmin às eleições de 2008, sem apoio do então governador José Serra, aprofundou a cisão entre os tucanos. Nos bastidores, Serra apoiou o democrata Kassab. Políticos do PSDB ligados a Alckmin chegaram a pedir à executiva nacional do partido a expulsão dos tucanos kassabistas. As diferenças, por hoje, pareceram ter sido superadas.


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