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Alckmin sobre cartel no metrô de SP: ‘Estado é vítima’

Governador mandou procuradoria iniciar processo para reaver valores desviados; temor de aliados é que confissões contaminem campanha de 2018

Por Estadão Conteúdo 20 dez 2017, 23h21

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), falou nesta quarta-feira sobre o cartel formado por empresas para direcionar licitações de infraestrutura no estado, como linhas de metrô e rodovias. Segundo Alckmin, o governo estadual é vítima da ação das empreiteiras: “O que sabemos é que o estado foi vítima desse cartel”.

O tucano determinou à Procuradoria-Geral do Estado (PGE) para que os cofres públicos sejam ressarcidos, em um trabalho para o qual foi indicado o procurador Elival da Silva Ramos. Além de engordar o caixa, a investigação tem também o objetivo de proteger a imagem do governador, pré-candidato à Presidência da República em 2018.

Aliados de Alckmin temem que a confissão feita pela Odebrecht ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de que participou de esquemas de cartel em obras de infraestrutura e transporte rodoviário em São Paulo, durante os governos do PSDB, afete não apenas a campanha do governador, mas prejudique até sua indicação como candidato do partido.

Com base no acordo de leniência da empreiteira, o Cade abriu duas investigações em agosto de 2017: uma sobre a construção do Rodoanel Mario Covas e outra a respeito do Programa de Desenvolvimento do Sistema Viário Estratégico Metropolitano de São Paulo, em licitações promovidas pela Dersa e pela EMURB.

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Em coletiva no Palácio dos Bandeirantes na manhã desta quarta-feira, o procurador Elival Ramos afirmou que ainda não é possível calcular o tamanho do prejuízo causado pelo cartel nem o valor do ressarcimento, uma vez que as informações do acordo de leniência firmado entre o Cade, a Odebrecht e a Camargo Corrêa (empreiteira que também participou do cartel) começam a chegar agora aos procuradores.

“Temos notícia de que algumas empresas estariam dispostas a fazer acordo administrativo”, afirmou o procurador-geral. “Vamos buscar então um critério seguro para saber se o valor é razoável”, continuou, acrescentando que o montante a ser devolvido deve ser discutido obra por obra. Em uma delas, exemplificou sem entrar em detalhes, a Odebrecht teria oferecido retornar 30 milhões de reais.

‘Ressarcimento integral’

Ramos afirmou que notou ainda interesse das empresas em buscar um acordo com a Procuradoria do Estado, ao invés de esperar todo o trâmite judicial, o que pode acelerar o ressarcimento aos cofres públicos. “A linha do governo é a mesma de sempre, obter o ressarcimento integral do que é devido”, emendou, lembrando do acerto com a canadense Alstom, que resultou num pagamento em 60 milhões de reais ao erário.

Questionado sobre a responsabilização de agentes públicos, Ramos lembrou que a PGE cuida apenas da parte administrativa do processo, ficando o Ministério Público do Estado e o Cade com as partes criminal e econômica, respectivamente. Além do ressarcimento, as empresas podem ainda ser declaradas inidôneas, ou seja, podem ficar vetadas de firmar contratos com a administração pública por um determinado período.

Em nota, a Odebrecht afirmou que “está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua. Já reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um Acordo de Leniência com as autoridades do Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Equador e Panamá, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas, assim como qualquer conduta que possa violar a livre concorrência.”

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