Alckmin desiste de usar a água poluída da Billings, diz jornal
Alternativa mais barata é a construção de uma adutora que ligue Rio Pequeno – braço limpo da represa – ao Rio Grande
O projeto de ampliação da vazão da represa Billings para o sistema interligado de fornecimento de água da Grande São Paulo será engavetado pelo governo Geraldo Alckmin, segundo reportagem desta quinta-feira do jornal Folha de S. Paulo. Cogitado pelo Bandeirantes como alternativa em meio à crise hídrica, o uso da água da poluída da represa foi descartado por causa do alto custo da obra. A aposta mais barata é a construção de uma adutora que ligue o Rio Pequeno, braço limpo da Billings, ao Rio Grande, que abastece o ABC Paulista.
Desde o ano passado, a Billings, que antes era usada apenas para geração de energia hidrelétrica, passou a transferir água para o sistema Guarapiranga, na Zona Sul de São Paulo, através do braço chamado Taquacetuba. Esse braço aumentou a vazão do Guarapiranga em 4 metros cúbicos por segundo, de 11 m3/s para 15 m3/s. Diante do agravamento da crise, o governo do Estado cogitava ampliar em mais um metro cúbico por segundo a vazão para o Guarapiranga e a construção de um braço que permitiria à Billings atender também o sistema do Alto Tietê, o segundo mais afetado pela estiagem, aumentando a vazão em 4 m3/s.
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Segundo a reportagem, a nova aposta do governo paulista é acelerar a construção de uma adutora do Rio Pequeno para o Rio Grande. A obra estava prevista somente para 2017 e transportaria 2.200 litros de água por segundo – 4% do que é consumido na Grande São Paulo. A secretária-adjunta de Recursos Hídricos de São Paulo, Mônica Porto, disse que a adutora poderá operar ainda em 2015. O custo da construção é de 500 milhões de reais e faz parte do primeiro pacote de obras de 3,5 bilhões de reais anunciados por Alckmin no ano passado.
(Da redação)