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Agricultor de MS escreve ‘Bolsonaro 2018’ em lavouras de soja e milho

Inscrição foi feita por meio de sistema que define quais áreas do solo recebem e quais não recebem as sementes lançadas por máquinas plantadeiras

Por Da Redação
Atualizado em 14 ago 2018, 16h46 - Publicado em 14 ago 2018, 14h55

O projeto Comprova, criado para investigar boatos na eleição presidencial, verificou imagens aéreas que vêm sendo compartilhadas pelo WhatsApp e nas redes sociais e que mostram a inscrição “Bolsonaro 2018” em duas lavouras, uma de soja e outra de milho. Elas são verdadeiras.

As fotos foram feitas em duas fazendas localizadas em Mato Grosso do Sul, nas cidades vizinhas de Maracaju e Sidrolândia, no fim do ano passado, na época do plantio da soja, e neste ano, no período do plantio de milho. As terras são da família Basso. Ari Basso, um dos proprietários, é ex-prefeito de Sidrolândia. Ele foi eleito em eleição suplementar em 2013 e ficou no cargo até dezembro de 2016.

Em 18 de janeiro deste ano, o próprio candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) publicou no seu Facebook um vídeo que mostra um avião decolando e, ao lado, a inscrição com o seu nome. Fotos deste mesmo cenário voltaram a circular no WhatsApp nas últimas semanas, principalmente depois que Bolsonaro voltou a publicar uma imagem da inscrição nas suas redes.

A inscrição foi feita por meio de um sistema que define quais áreas recebem e quais não recebem as sementes lançadas ao solo pelas máquinas plantadeiras. As letras surgem graças ao contraste entre as áreas plantadas e as não plantadas.

Gabriel Basso, um dos proprietários das fazendas, explicou que as inscrições nas duas plantações foram feitas por máquinas com o sistema operacional Apex, da John Deere, uma tradicional fabricante de máquinas agrícolas. Segundo o site da empresa, trata-se de um “software de gestão de informações geográficas com diversas ferramentas de administração de mapas e informações coletadas em campo”.

“Esses desenhos são feitos na Trackmaker sobre uma foto de satélite, depois importados para um programa compatível com o sistema operacional das máquinas e então transferidos para o monitor do trator via pen drive. A própria máquina entende que na área interna das letras não é para plantar, então não cai semente”, explica Gabriel.

Ele também garante ser o autor das imagens que estão circulando com a inscrição, inclusive do vídeo compartilhado por Bolsonaro. “Todas as fotos e vídeos foram feitos por mim com meu drone, inclusive o vídeo do avião decolando ao lado da escrita. Exceto apenas algumas tiradas de dentro de aviões”, disse. Segundo ele, a inscrição só é visível a no mínimo 20 metros de altura.

Além do relato do fazendeiro, o projeto Comprova conseguiu o histórico de imagens de satélite em serviços como Planet.com e Google Earth. Na fazenda Estância Gaúcha, em Sidrolândia, é possível ver a inscrição na plantação de milho em fotos feitas entre junho e julho de 2018 (coordenadas -21.240501, -55.559463). Na propriedade Engenho 2, em Maracaju, o nome do presidenciável é visível na lavoura de soja entre novembro de 2017 e fevereiro de 2018 (coordenadas -20.998326, -55.259964).

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Bolsonaro teve atuação militar na região. Entre 1979 e 1981, no período da ditadura, o capitão serviu ao Exército Brasileiro em Nioaque, município vizinho às fazendas onde as inscrições foram feitas.

(Reprodução/Reprodução)

A checagem de fatos publicada acima foi feita dentro do projeto Comprova, lançado para combater notícias falsas nas eleições, e envolveu jornalistas de O Povo, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Gazeta Online. VEJA e outros sete veículos que integram a iniciativa concordaram com o processo e a conclusão da apuração: Agência France-Presse, Jornal do Commercio, SBT, piauí, TV Bandeirantes, Gazeta do Povo e Nexo. O Comprova é composto por 24 veículos de comunicação brasileiros. 

O leitor pode sugerir ao projeto boatos e notícias falsas a serem desmentidos, por meio do WhatsApp, no número (11) 97795-0022.

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