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Advogado de Temer defende advogado de Lula

Antonio Mariz, defensor do presidente na denúncia feita pela PGR, tem entre seus clientes Roberto Teixeira, advogado e velho amigo do petista

Por Da Redação
Atualizado em 18 jul 2017, 16h18 - Publicado em 17 jul 2017, 11h42

No espectro político dos seus clientes, eles estão agora em lados opostos. Desde os tempos da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e agora em um dos mais rumorosos casos da Operação Lava Jato eles estão juntos. O advogado do presidente Michel Temer (PMDB) é o defensor atual do advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Antonio Claudio Mariz de Oliveira, advogado do presidente, está fazendo a defesa de Roberto Teixeira, um dos defensores do ex-presidente, no inquérito do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). “Sou advogado, hoje, do Roberto, que é meu amigo e colega de turma na faculdade. Amanhã posso ser advogado do Lula e do Temer ao mesmo tempo”, afirmou Mariz.

Tanto o renomado criminalista quanto Teixeira evitaram falar sobre o assunto. “Nada a declarar. Só quero lembrar o seguinte: o Mariz é meu colega de turma, somos da turma de 1969 da PUC. Fomos formados juntos. Aliás, ele e a esposa dele. Ele é casado com uma colega de turma. A relação é muito grande, de longa data”, disse. Mariz e Teixeira estão afinados em outro grupo: o dos juristas críticos do que chamam de “abusos” da Lava Jato às garantias individuais e ao direito de defesa.

O escritório Teixeira, Martins & Advogados, do amigo e compadre de Lula, é um centro de defesa do ex-presidente e combate ao juiz federal Sergio Moro – que na semana passada condenou o petista a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP). A sentença foi tachada de “perseguição política” pelos advogados de Lula.

Mariz, por sua vez, é um crítico contundente da atuação do Ministério Público Federal (MPF). Na defesa do amigo Temer – denunciado por corrupção passiva com base na delação dos acionistas do Grupo J&F –, o advogado tem acusado a Procuradoria-Geral da República (PGR) de “extrapolar” suas prerrogativas.

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Na quinta-feira passada, o advogado do presidente usou a sustentação oral na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara para apontar uma “cultura punitiva” no país. Fez ali um ataque indireto ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e um apelo a políticos contra “o avanço indevido do Ministério Público”. “Pau que mata Chico mata Francisco. Pau que mata Michel mata Lula.”

Mariz, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ex-secretário da Justiça e de Segurança em São Paulo, foi um dos protagonistas de um evento no restaurante A Figueira Rubaiyat, nos Jardins, que reuniu também os advogados de Lula, da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

O jantar foi convocado como ato em desagravo aos defensores do ex-presidente petista. O criminalista puxou a fila das críticas a Moro, sem citar o titular da 13ª Vara Federal de Curitiba. “Esse homem, que deve ter suas qualidades, tem defeitos como magistrado incompatíveis com a magistratura. Falta-lhe algo que se chama imparcialidade.”

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Denúncia

Moro ainda não decidiu se aceita ou não a denúncia da PGR. Teixeira foi acusado formalmente, com o ex-presidente, os empreiteiros Marcelo Odebrecht, Emílio Odebrecht e José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, da OAS, entre outros denunciados. Lula é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema na Petrobras.

A força-tarefa em Curitiba reuniu elementos que considera provas de que Schahin, Odebrecht e OAS pagaram 1,02 milhão de reais em reformas do sítio, em contrapartida a contratos da estatal. Lula nega ser o dono do imóvel, registrado em nome de dois sócios dos filhos do petista.

(Com Estadão Conteúdo)

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