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Abandonado, Cunha liga para antigos aliados – que não atendem

Peemedebista dedicou o fim de semana a disparar telefonemas para se defender

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 set 2016, 22h38 - Publicado em 12 set 2016, 21h47

Nos tempos em que era dono da poderosa cadeira de presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) acumulava filas de congressistas na porta de seu gabinete e da residência oficial. Atencioso, arregimentou um amplo capital político justamente por abrir espaço para parlamentares de diferentes níveis hierárquicos, do baixo clero aos mais influentes, que viam no peemedebista oportunidade de conquistar visibilidade na carreira. A proximidade lhes garantia a relatoria de projetos importantes, a presidência de comissões e cargos em postos-chave da República.

Menos de dois anos depois, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) e em vias de ter o mandato cassado, Eduardo Cunha se vê em condição oposta e agora é ele quem parte para o corpo a corpo. O peemedebista dedicou o fim de semana a disparar telefonemas para se defender da ação por quebra de decoro e pedir clemência. Em muitos casos, sequer conseguiu ser ouvido.

A reportagem ouviu nesta segunda-feira congressistas do PMDB, PP e DEM, partidos do antigo bloco de apoio de Cunha, que narraram constrangimento em conversar com o ex-todo-poderoso. Preferiram, então, não atender aos telefonemas. “Eu sei o motivo da ligação. Mas não vou ficar me justificando para ele”, admitiu um deles, que anunciou voto favorável à cassação. “Estava no interior e não atendi. E nem retornei”, contou outro, com um certo descaso.

Diante da missão fracassada, Cunha partiu para outra frente: tentou contato via mensagem de texto. Pedia para que os deputados assistissem a uma entrevista dele que iria ao ar no domingo e também encaminhou uma extensa carta, já anteriormente distribuída por e-mail, em que tenta emplacar o argumento de que não mentiu sobre suas contas secretas no exterior – essas mesmas contas que o levaram à condição de réu no âmbito do petrolão e deflagraram o processo de cassação. Ainda assim, acabou ignorado por muitos deputados. Conforme relatos, o ex-deputado Sandro Mabel chegou a ajudar o ex-presidente da Câmara entrando em contato com os congressistas. 

Apesar do esforço, a avaliação, nos bastidores, é a de que Cunha não consegue mais de 50 votos para salvar o mandato. “Para a gente é muito chato ter de vir cassar um colega. Mas não há outra saída”, afirma um ex-aliado. Para ser cassado, o peemedebista precisa de pelo menos 257 votos.

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