A três dias da campanha, Dilma promove megaevento para sua vitrine eleitoral
Presidente escalou dez ministros para inauguração em massa de imóveis do Minha Casa, Minha Vida, nesta quinta-feira
A campanha eleitoral começa oficialmente no próximo dia 5. A partir dessa data, candidatos ficam proibidos de entregar obras ou equipamentos públicos. De olho no calendário, a presidente-candidata Dilma Rousseff corre para promover uma de suas principais vitrines eleitorais: o programa Minha Casa Minha Vida. Dilma escalou dez ministros para uma megainauguração do programa nesta quinta-feira. No evento será lançada a terceira etapa do programa de habitação popular – última cartada da presidente a três dias do início da campanha. A intenção de lançar a terceira etapa para o Minha Casa, Minha Vida já era planejada desde o início do ano pelo governo, mas faltava a data de início do programa. A meta será construir 3 milhões de unidades nos próximos quatro anos a partir de 2015.
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Dilma estará no Paranoá, cidade-satélite de Brasília, onde entregará as chaves para 464 famílias. Ao mesmo tempo, dez ministros de Estado vão inaugurar outros empreendimentos em dez cidades, localizadas em sete Estados diferentes. Ao todo, serão entregues aproximadamente 5.000 casas ou apartamentos para famílias que ganham até1.600 reais por mês. Em um telão no Paranoá, a presidente vai acompanhar a inauguração dos empreendimentos feita pelos integrantes da “seleção de ministros” enviada para outros cantos do país.
A presidente tinha marcado o anúncio da terceira etapa do Minha Casa, Minha Vida para o fim de maio, mas cancelou o evento depois que o presidente nacional do PSB e pré-candidato do partido à Presidência da República, Eduardo Campos, prometeu ao setor da construção civil construir 4 milhões de casas em quatro anos. Nesta quarta-feira Dilma confirmou a meta de construir 3 milhões de casas na terceira etapa. Ela participou de solenidade para entregar 496 unidades habitacionais em Vitória (ES). Segundo a presidente, é possível construir 1 milhão de casas por ano, mas atualmente o programa não atinge essa marca: são 960.000 moradias por ano. Ou seja, o governo quer divulgar uma meta mais “modesta”, embora considera ser possível construir mais casas em quatro anos, para bater o bumbo com resultados melhores, da mesma forma como se deu nas outras duas etapas.
O Minha Casa, Minha Vida completou cinco anos em abril deste ano, com a contratação de 3,4 milhões de unidades, mas apenas 1,7 milhão foi entregue. A primeira fase do programa de habitação popular, ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve 1 milhão de moradias contratadas. A etapa atual, lançada em 2011 com meta de 2 milhões de unidades até este ano, foi ampliada, pela presidente Dilma, para 2,75 milhões de residências. A exemplo das eleições de 2010, o programa habitacional é uma das apostas do PT na campanha. Como a maior parte das obras fica a cargo da iniciativa privada, o governo investe relativamente pouco e obtém resultados significativos.
(Com Estadão Conteúdo)