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A popularidade de Bolsonaro e Luciano Huck nas redes sociais

Pesquisa revela a dificuldade dos candidatos de centro para se posicionarem no universo digital

Por Daniel Pereira 13 dez 2020, 13h01

Uma reportagem da mais recente edição de VEJA mostra que os nomes que podem representar o centro na próxima corrida presidencial também estão muito atrás de Jair Bolsonaro nas redes sociais, exatamente como ocorre nas pesquisas de intenção de voto. É o que revela um ranking de popularidade digital elaborado pela Quaest Consultoria & Pesquisa, que considera 13 políticos de expressão nacional. O apresentador Luciano Huck é o mais bem posicionado. Ele está em segundo lugar, com 41,2 pontos. Candidato à reeleição, Bolsonaro lidera, com 79,1 pontos. Em terceiro aparece o ex-presidente Lula, com 35,6 pontos. Os demais presidenciáveis de centro figuram do meio para a parte de baixo da tabela. O eterno presidenciável Ciro Gomes (23,9 pontos) é o sexto. O ex-juiz Sergio Moro, o sétimo (22,8 pontos). E o governador de São Paulo, João Doria, apenas o 11ª (16,8 pontos).

Exceção à regra no universo dos centristas, Huck tem seu bom desempenho muito mais associado à fama conquistada como estrela global do que a sua participação no debate político. Para elaborar o que chama de Índice de Popularidade Digital (IPD), a Quaest monitora Instagram, Twitter, Facebook e Youtube, dados de buscadores (como Google Search) e acessos ao Wikipedia. Coleta ainda uma série de indicadores, como número de seguidores, capacidade de provocar engajamento e proporção de reações positivas às mensagens postadas. Com essas informações à mão, confere uma nota de 0 a 100 aos políticos ranqueados.

A nota de Huck é puxada para cima principalmente por dois indicadores. Um deles é denominado “fama” e mede o público total e a capacidade de crescimento nas redes sociais. Nele, o apresentador registra o melhor desempenho entre os 13 políticos listados. Só no Twitter, são 13,1 milhões de seguidores, duas vezes mais do que Jair Bolsonaro — e seis vezes mais do que Lula. O outro indicador que contribui para a popularidade digital do apresentador é chamado de “valência” e considera a proporção de reações positivas por reações negativas no Facebook e Youtube. Nesse quesito, Huck empata com o presidente. Mas Bolsonaro está muito à frente do rival em outros três indicadores. Entre eles, “engajamento”, que mede o volume de reações e comentários por mensagens postadas.

Cortejado por partidos de centro, como o DEM e o Cidadania, Huck tem usado as redes sociais para se manifestar sobre assuntos da agenda nacional e interagir com políticos e formadores de opinião. Recentemente, ele escreveu o seguinte no Twitter a respeito da polêmica sobre a vacinação contra a Covid-19: “Vacina é um direito de todos e um dever do Estado. O vírus não é de esquerda ou de direita. É um problema da ciência. Não cabe politicagem quando o assunto é a saúde da população”.

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Em julho, uma reportagem de VEJA mostrou como Bolsonaro, que até então falava praticamente sozinho nas redes sociais, passou a enfrentar o contraditório nessa seara. A oposição ao presidente era e ainda é feita principalmente por influenciadores digitais. Os políticos tradicionais ocupavam e ainda ocupavam papeis de mero coadjuvantes no debate. “Embora o volume de contestação em suas páginas tenha aumentado, o presidente continua sendo quem melhor impacta as redes sociais com conteúdos que engajam e mobilizam seu fã clube digital”, diz o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest.

Sobre a dificuldade dos nomes de centro para ganhar terreno, ele pontua: “O centro é monótono. E não há espaço para a monotonia na comunicação digital. O centro precisa ser ‘radicalmente de centro’ se quiser aparecer. Tem que defender bandeiras, posições e valores de forma enfática. Não tem que ter medo de se posicionar, de discordar e de mostrar as contradições presentes nos polos”. A disputa eleitoral exige muito mais confronto e riscos do que comandar um programa de TV exibido tardes de sábado.

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