Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

A nova vida de Marcelo Odebrecht depois da prisão

Marcelo Odebrecht deixará a prisão no dia 19 e já decidiu que não quer ser coadjuvante na empresa que ajudou a expandir à custa de muita corrupção

Por Ulisses Campbell
Atualizado em 16 dez 2017, 06h00 - Publicado em 16 dez 2017, 06h00

Nada mais natural que um superpoderoso empresário que tenha passado dois anos e meio encarcerado em uma cela de 12 metros quadrados sair da prisão muito diferente do que era quando entrou. Marcelo Odebrecht, que deixará nesta semana a carceragem da Polícia Federal em Curitiba para cumprir prisão domiciliar, é hoje um homem mais introspectivo e, sob alguns aspectos, mais sereno. Também não ostenta mais a empáfia que deixou transparecer, por exemplo, no dia 15 de junho de 2015, quando esbravejou à imprensa que estava “irritado” por ter sido colocado “na linha de fogo do embate político” — “nós, que geramos empregos!”, exclamou, indignado. Quatro dias depois, seria surpreendido pela Polícia Federal em sua casa e levado à carceragem de Curitiba. Permaneceu preso por 914 dias. Nesse período, ao menos uma característica Marcelo Odebrecht manteve intacta. O herdeiro condenado a dezenove anos e quatro meses de prisão, tornado delator, impedido por determinação da Justiça de comandar seu império e mesmo de pertencer aos quadros da Odebrecht por dez anos, não perdeu a ambição. Marcelo Odebrecht sai da cadeia determinado a mostrar que a prisão não o aniquilou.

Ele descobriu, por exemplo, que no documento de 85 páginas que estabelece as condições de seu acordo de delação não há impedimento para que atue como terceirizado da Odebrecht quando se encerrar o período da prisão domiciliar, em 2020. No regime aberto, portanto, teria a possibilidade de criar uma empresa que preste serviços, inclusive, àquela da qual foi afastado. Essa é apenas uma das hipóteses que constam da carteira de planos do empreiteiro para o futuro.

Marcelo Odebrecht tem outros objetivos de curto prazo. Na holding familiar, a Kieppe, ele é detentor de cerca de 5% das ações (o que lhe permite uma retirada mensal aproximada de 10 milhões de reais, incluindo rendimentos e dividendos). Para não ser deixado de escanteio no controle da Odebrecht, dado que está rompido com o pai, Emilio, começou a construir uma aliança com dois primos, Francisco Peltier de Queiroz Filho e Emilio Odebrecht Peltier de Queiroz, que, juntos, detêm cerca de 10% da Kieppe. A aliança seria uma maneira de ele manter algum poder decisório na holding familiar e, consequentemente, no conselho de administração da Odebrecht, atualmente presidido por seu pai.

Assine agora o site para ler na íntegra esta reportagem e tenha acesso a todas as edições de VEJA:

Ou adquira a edição desta semana para iOS e Android.
Aproveite: todas as edições de VEJA Digital por 1 mês grátis no Go Read.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.